Reforma dos planos de saúde põe em risco sistema nacional
A Comissão da Câmara que prepara o PL propõe mudanças como redução de coberturas, extinção do plano de referência e liberação do plano ambulatorial simples
A assistência de milhões de brasileiros que pagam planos de saúde corre sério risco. Está em tramitação na Câmara dos Deputados, em Brasília, um projeto que altera a lei dos planos, que será somente favorável aos empresários do setor e abusivo aos usuários, com retrocessos que colocam em risco todo o sistema de saúde.
A Comissão da Câmara que prepara o PL propõe mudanças como redução de coberturas, extinção do plano de referência e liberação do plano ambulatorial simples. O texto ainda prevê a liberação da venda de planos de menor cobertura, que só dão direito a consultas e exames simples, excluindo desde o atendimento de urgências até o tratamento ambulatorial de câncer.
Em resumo, milhões de pessoas só poderão contar com o SUS (Sistema Único de Saúde) que vai ficar ainda mais sobrecarregado. A medida também autoriza a comercialização de planos sem cobertura para problemas de saúde frequentes, como doenças respiratórias graves, distúrbios renais, neoplasias, acidentes, entre outros agravos, que serão bem mais caros.
O PL dos Planos de Saúde acaba com o plano de referência, que obriga a cobertura de todas as doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da OMS (Organização Mundial de Saúde).
O absurdo é tamanho que a proposta ainda quer alterar o Estatuto do Idoso, para permitir reajustes de mensalidades após 60 anos de idade. A saída está nas mãos da sociedade civil, em pressionar para que não seja aprovado tamanho absurdo.