Insônia e depressão aparecem em 60% das vítimas de assédio
Casos como o da costureira Elisabeth que culminaram com uma grave depressão e tentativas de suicídio não representam apenas o extremo de uma situação de bullying ou assédio moral. Estudos apontam para uma rápida degradação das saúdes física e mental nas vítimas. O primeiro sintoma, que acomete 100% das mulheres, são crises de choro. Em seguida, aparecendo em vítimas homens e mulheres, são dores generalizadas pelo corpo, palpitações, tremores. Insônia e quadros de depressão foram apresentados por 60% das vítimas, além de aumento da pressão arterial e dores de cabeça. Nos homens, uma reação comum é começar a beber em maior quantidade e com mais freqüência. Os dados foram compilados pela médica Margarida Barreto e encontram similaridades com pesquisas feitas em outros países. Estudo publicado no periódico Sleep no ano passado mostrou que situações de assédio moral aumentam transtornos do sono. Isabelle Niedhammer, autora principal do estudo, afirmou que a exposição à violência ou hostilidade no local de trabalho colabora para desenvolver transtornos do sono a curto ou a médio prazo. "O bullying no ambiente de trabalho é um dos principais fatores de estresse e talvez tenha grande correlação com o número de suicídios de determinadas faixas etárias, além de estar ligado a uma série de problemas de saúde", disse ela, que coletou dados de mais de 7 mil pacientes com idade média de 40 anos. Os transtornos também apareceram em pessoas que presenciaram cenas de bullying. Entre os homens, os distúrbios do sono foram 220% maiores nos indivíduos que presenciaram tal atitude e 240% naqueles que sofreram tais ataques. Entre as mulheres, os aumentos de distúrbios foram da ordem de 170% nas que presenciaram e quase 190% nas mulheres que sofreram assédio.