18/10/2005 Representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da Igreja Católica debateram na noite de ontem o desarmamento, tema de referendo popular no próximo domingo (23). O debate, promovido pelo Comitê de Defesa Popular, aconteceu no auditório da 4ª subseção da OAB em Dourados. Em defesa do desarmamento, pelo voto “sim”, participou o padre Crispim Guimarães dos Santos, chanceler da diocese de Dourados. Pelo voto “não”, contra a proibição da venda de armas de fogo e munição, debateu o advogado Jovino Balardi, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB. O debate foi intermediado pelo professor Cláudio Freire e transmitido ao vivo pela Rádio Coração 95,7 FM com sede em Itaporã,e Rádio clube AM 720 Mhz com sede em Dourados. Para defender o desarmamento, em sua apresentação, padre Crispim Guimarães lembrou o caso da Austrália, onde a taxa de homicídios por armas de fogo caiu 50% após cinco anos de proibição da venda de armas. O sacerdote lembrou que é preciso “desarmar o criminoso e aumentar a segurança do homem de bem”. Para ele, o referendo é o primeiro passo para o fim da violência no país. “Não vamos resolver os problemas de um dia para o outro. É preciso iniciar e encampar esta luta para garantir a segurança de nossas famílias, começando pelo desarmamento”, afirmou o chanceler. Já o advogado Jovino Balardi lembrou que é preciso fugir de questões emocionais e também da imagem “maquiada” do referendo e se atentar para a preservação dos direitos do cidadão. Segundo ele, a constituição garante a todos o direito à legítima defesa, que está inclusa no direito à vida e à liberdade. “Em uma situação extrema, é preciso ter o direito de revidar com meios necessários para que a vida seja defendida”, afirmou Balardi. Segundo ele, o número de acidentes em piscinas residenciais é maior do que aqueles registrados com armas de fogo. “Também somos responsáveis pela nossa segurança, mas não podemos esperar que o Estado faça tudo”, opinou. Este foi o primeiro e único debate sobre o referendo realizado em Dourados. Há duas semanas, a Câmara de Vereadores do município realizou uma audiência pública sobre o assunto, com participação das frentes parlamentares contra e a favor da proibição da venda de armas de fogo e munição no Brasil. SITE: DIÁRIO MS / ANA PAULA