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18 de Maio de 2009 às 23:59

Violência no campo aumenta no país

A violência no campo aumentou em 2008, apesar da redução no número de conflitos. Esta é uma das constatações do levantamento da CPT - Comissão Pastoral da Terra, divulgado no dia 28 de abril durante a 47ª Assembléia Geral da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. "Proporcionalmente, o número de mortos tem aumentado. Ano passado houve menos ocorrências, mas foi mantido o número de assassinatos", explica Dirceu Fumagalli, integrante da coordenação nacional da CPT. A divulgação ocorre 10 dias depois que nove trabalhadores sem terra foram baleados por pistoleiros da Fazenda Espírito Santo, no Pará, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas. O que as telas da Globo mostraram no dia seguinte, no programa Fantástico, foi outra coisa: o MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra teria mantido jornalistas em cárcere privado e usado estes profissionais como escudo humano. As versões divulgadas pela emissora foram negadas pelo próprio jornalista, em depoimento à Polícia Militar. As já conhecidas tentativas de criminalizar os movimentos sociais contrastam com os números apontados pela CPT. Foram 28 pessoas mortas em conflitos no campo no ano passado. Mais de 70% dos assassinatos ocorreram em estados da Amazônia Legal. O Pará, da fazenda de Daniel Dantas, continua encabeçando a lista da violência no campo. Neste estado, os números de 2008 triplicaram em relação ao ano anterior. Outros três estados tiveram aumento no número de assassinatos: Bahia, Rondônia e Rio Grande do Sul. Houve uma morte para cada 54 conflitos no país em 2007. Já em 2008, a proporção subiu para um homicídio a cada 42 ocorrências. O relatório da CPT, que passou a ser publicado de forma sistemática em 1985, cita ainda 44 tentativas de assassinato, 90 ameaças de morte, 168 prisões e 800 agressões. Esse é o principal levantamento no país sobre casos de violência ocorridos na zona rural. As principais vítimas dos confrontos são as populações tradicionais, que envolvem indígenas, quilombolas, posseiros, ribeirinhos e camponeses. Em 2007, eles representavam 41% dos envolvidos nesses conflitos. Agora, são 53% do total.



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