Com o desemprego em alta no Brasil e a inflação corroendo o poder de compra dos brasileiros, os trabalhadores sentem ainda mais o peso dos tributos. Os dados não deixam mentir.

A receita do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) sobre os rendimentos do trabalho — descontados todo mês do contracheque dos empregados com carteira assinada — somou R$ 119,6 bilhões de janeiro a outubro. A alta é de 13,56%, em termos nominais, ao volume arrecadado no mesmo período de 2020, de R$ 105,3 bilhões.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial de janeiro a outubro deste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, foi de 8,24%. No acumulado em 12 meses até novembro, o IPCA cresceu 10,74%. Por conta do descontrole inflacionário, que resulta em aumento dos preços dos produtos, a arrecadação total do governo neste ano com impostos disparou.

De janeiro a outubro, o governo arrecadou R$ 1,527 trilhão com tributos. Crescimento de 29% em relação ao mesmo período de 2020, em termos nominais. Enquanto vê o rendimento engolido pelos impostos, com o resto que sobra no mês, o trabalhador brasileiro precisa se virar para tentar pagar todas as contas e se alimentar, em meio à crise econômica no país.