Nem as regras mais rígidas do governo conseguiram frear os altos lucros dos bancos. Entre janeiro e junho deste ano, a lucratividade líquida foi de R$ 25,6 bilhões, 27,6% a mais do que o registrado no mesmo período de 2007. Só a cobrança de tarifas o sistema financeiro faturou R$ 28,5 bilhões, 7,5% a mais do que no primeiro semestre do ano passado. As receitas geradas pelas tarifas cobriram as despesas dos bancos (R$2,9 bilhões) e ainda geraram o lucro exorbitante de mais de R$25 bilhões. Em dezembro do ano passado, o CMN (Conselho Monetário Nacional) regulamentou uma quantidade máxima de tarifas a serem cobradas dos clientes, impediu a cobrança da TAC (Taxa de Abertura de Crédito) e das taxas de manutenção de conta corrente. Os dados divulgados pelo Banco Central mostram que após a regulamentação entrar em vigor, no mês de abril, o setor lucrou R$13,2 bilhões, uma alta de 17,2% em comparação com o segundo trimestre de 2007. Os números provam que as tarifas abusivas cobradas pelos serviços prestados cobrem despesas com pessoal e ainda sobra muito para os bolsos dos banqueiros. Fica comprovada a ganância dos bancos em querer ter mais dinheiro, às custas da inocência e da desinformação dos clientes, associada à exploração dos bancários. Os números mostram que os bancos podem, contribuir na geração de mais empregos, melhoria do atendimento e qualidade do ambiente de trabalho, inclusive com o atendimento das reivindicações da categoria na campanha salarial.