Sociedade é a maior prejudicada com demissões
A demissão em massa é um dos problemas que mais preocupam as categorias trabalhadoras. No setor bancário, campeão em lucratividade, a questão é ainda mais grave, pois as dispensas são injustificadas, diante das cifras bilionárias acumuladas pelos banqueiros e do volume de trabalho. Entre 1994 e 2003, as instituições demitiram 191.819 empregados. Além disso, 1.004 agências foram fechadas. Com a pretensão de enxugar a folha de pagamento, de 2001 a 2003 os bancos abriram 7,6 mil postos de auto-atendimento eletrônico, uma média de 317 por mês. Dados do Ministério do Trabalho apontam que no ano passado as instituições financeiras criaram apenas 33.600 dos cerca de 1,254 milhão dos empregos gerados com carteira assinada em todo o país. Números contraditórios com os lucros bilionários dos bancos. Devido à redução do número de empregados, aliada às péssimas condições de trabalho, pressão por metas e sobrecarga na atividade, a categoria se tornou a mais atingida pelas doenças ocupacionais. As dispensas não prejudicam apenas os funcionários. O número de reclamações dos clientes cresce a cada dia. De acordo com o Banco Central, entre 1998 e 2004, as queixas aumentaram 2.554,17%. Grande parte se relaciona com a escassez de funcionários, tamanho das filas e qualidade de atendimento.