Uma semana após a Prefeitura interditar a quarta agência do Recife que não cumpre a lei municipal de segurança bancária, o Sindicato percorreu as unidades fechadas, nesta quarta-feira, dia 4, para verificar a situação atual. A realidade encontrada nas agências, no entanto, chamou a atenção do Sindicato, que considerou a interdição como “parcial”.

“Apenas o Santander está cumprindo integralmente a interdição e mantendo somente a vigilância no interior do prédio da Parnamirim. Nas unidades do Itaú, o Sindicato encontrou bancários trabalhando internamente, expostos aos riscos da falta de segurança”, explica a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

No posto de serviço do Itaú do Hospital Português, mesmo com o cartaz de interdição da Prefeitura afixado na porta de entrada, alguns funcionários estão na unidade executando atividades bancárias. A única exceção é o atendimento ao público. Segundo o gerente operacional do posto de serviço, Rinaldo Silva, a orientação da fiscal da Dircon (Diretoria de Controle Urbano da Prefeitura), que realizou a interdição no dia 13 de junho, era para que não fosse realizado atendimento ao público.

“Eu conversei com a fiscal e ela não colocou nenhuma objeção quanto à presença dos funcionários no banco. Apenas destacou que se houvesse atendimento ao público o local seria lacrado. Nós não estamos atendendo ninguém. Até os caixas eletrônicos estão desligados e sem numerário”, explica o bancário.

A última interdição – Na quarta-feira da semana passada, dia 28, a Dircon interditou mais uma unidade bancária no Recife. Desta vez, o alvo da autuação foi a agência Caxangá do banco Itaú. Lá, o auto atendimento e a bateria de caixa estão desativados, mas os bancários continuam trabalhando internamente.

Segundo informações de uma funcionária que preferiu não se identificar, a maioria dos empregados da agência foi deslocada para outras unidades. Entretanto, alguns bancários que operam as plataformas de negócios continuam trabalhando normalmente. “A fiscalização esteve aqui e determinou que nós não poderíamos atender o público. Mas não proibiu que os funcionários entrassem na agência”, comenta a bancária.

De acordo com o diretor do Sindicato, Fábio Régis, que percorreu as agências interditadas, a forma que está sendo procedido o fechamento das agência pela Dircon nem dá pra ser considerada interdição. “A Dircon diz que as agências estão interditadas, mas os bancários estão fazendo operação nos caixas ou trabalhando na plataforma de negócios. As duas agências do Itaú não estão atendendo o público, mas os trabalhadores estão lá dentro, expostos à insegurança. Se é interdição, então a unidade deveria estar fechada completamente, como a agência do Santander”, expõe o dirigente.

Fábio Régis acredita que essa situação torna o trabalho ainda mais vulnerável à ação dos marginais. “Se com a agência funcionando normalmente, cheia de gente, os marginais já praticam os assaltos, imagine a unidade operando internamente só com os funcionários. É lógico que os riscos são maiores. Mas eu quero lembrar aos bancos e à Prefeitura que o Sindicato está atento a essa situação e vai continuar fiscalizando e cobrando o cumprimento da lei de segurança bancária do Recife”, conclui Fábio.

Bradesco – A agência do Bradesco da 17 de Agosto foi reaberta para atendimento ao público por conta de um acordo entre a Dircon e o banco.

 Escrito por: Wellington Correia - CUT-PE 06/07/2012