Senado derruba a primeira mulher presidenta do país

Com 61 votos, o Senado Federal destitui a presidenta Dilma Rousseff do cargo e confirma o que vem se desenhando desde outubro de 2014, quando as forças progressistas derrotaram pela quarta vez consecutiva as elites brasileiras nas urnas. Não houve surpresa. O resultado era esperado. O golpe apunhala a democracia e o povo brasileiro. Interrompe um processo de crescimento e independência do país. Um capítulo acaba. Outro começa. Muito mais duro, com medidas extremamente conservadoras, que atingem em cheio o trabalhador.
A política neoliberal que será imposta é muito mais radicalizada do que a dos anos 1990, com FHC presidente e vem aí uma enxurrada de privatizações. Se depender do governo Michel Temer e do Congresso Nacional não sobra nada. Pelas propostas em curso o SUS (Sistema Único de Saúde) dá lugar aos planos populares e a universidade pública será sucateada e entregue à iniciativa privada, assim como direitos garantidos na CLT.
O pré-sal e a Caixa também correm risco e assim sucessivamente. O impeachment da presidenta Dilma, marcado por um processo político-jurídico-midiático sem base legal, reafirma que as elites não toleram mais o projeto em construção desde 2003 da desconcentração da riqueza e redução das desigualdades sociais. A resistência democrática agora virá das ruas.