Em nota divulgada no final da noite desta terça-feira (21), a Revista Época, em versão online no Blog Boca de Urna, destacou o vídeo que mostrou o escândalo de corrupção no Parque dos Poderes. Leia abaixo na íntegra a reportagem: Vídeo: Secretário da Assembléia do MS desviava R$ 2 mi para governador André Puccinelli No início do mês, a operação Uragano, da Polícia Federal, deixou a cidade de Dourados (MS) sem prefeito, vice e nove dos 12 vereadores. Agora, um subproduto da investigação ameaça influir na disputa pelo governo do Estado, entre o governador André Puccinelli (PMDB) e o ex-governador Zeca do PT. Um vídeo gravado clandestinamente mostra o primeiro-secretário da Assembléia Legislativa do estado, deputado Ari Rigo (PSDB), aliado de Puccinelli, conversando sobre dinheiro com um jornalista. Na conversa, Rigo diz com naturalidade que desviava R$ 2 milhões para “André” (o governador Puccinelli). Rigo afirma que R$ 300 mil são direcionados ao Ministério Público e R$ 900 mil para “desembargadores”. O vídeo foi gravado pelo jornalista Eleandro Passaia. Até o mês passado, Passaia era secretário de governo do prefeito de Dourados, Ari Artuzi (PDT). Ao longo de uma investigação sobre fraude em licitações, a Polícia Federal chegou a Passaia. De investigado, Passaia se converteu em colaborador. A partir daí, gravou vídeos e forneceu informações. Um dos vídeos foi gravado na conversa com Ari Rigo. Além das confidências de Rigo, os dois tratam das dificuldades do prefeito Artuzi. Em dado momento, os dois discutem a iminente prisão de Artuzi. Mas Rigo afirma que Artuzi não seria preso porque havia falado com “Claudionor”. Trata-se de Claudionor Abss Duarte, desembargador do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul. Duarte afirma, por meio de seu advogado, que vai interpelar Rigo. A Operação Urgano prendeu 28 pessoas. O prefeito de Dourados, Ari Artuzi, permanece preso em Campo Grande. O jornalista Eleandro Passaia escreveu um livro em que relata seu trabalho de colaborador, “Máfia de Paletó”. Na última hora, no entanto, Passaia teria retirado um capítulo de seis páginas em que cita nomes de deputados federais que teriam participado do desvio de verbas públicas. O site de notícias Mídiamax, de Campo Grande, publicou os trechos retirados. Mas, dois dias depois, foi obrigado a retirar a notícia do ar por uma medida judicial.