Notícias

1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Retrato da desigualdade negra no Brasil

19/11/2005 O estudo "Retrato das Desigualdades", divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), mostra que no Brasil, 21% das mulheres negras trabalham como empregadas domésticas e apenas 23% delas têm carteira assinada. Já entre as mulheres brancas apenas 12,5% delas estão no serviço doméstico e 30% têm registro na carteira. O estudo revela as desigualdades entre brancos e negros e ainda entre homens e mulheres. "Sabemos que a população negra é a mais pobre entre os pobres e que as mulheres negras são ainda mais pobres que os homens. Agora, estudos como este promovem um detalhamento dessa realidade e são fundamentais para nos direcionar em relação às prioridades da ação de governo" , afirmou a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, no lançamento da pesquisa. Em todas as áreas analisadas, como educação, mercado de trabalho e acesso a bens e serviços, as mulheres negras apresentam os piores indicadores. Em média, o salário delas equivale a 30% do rendimento dos homens brancos. E o desemprego (16,6%) é duas vezes maior que entre os brancos (8,3%). O estudo analisou os resultados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) realizada em 2003 pelo IBGE. Do total de 174 milhões de brasileiros, 52% se declararam brancos e 47,3% negros. Dos negros, 41% se consideraram pardos e apenas 6%, negros. O restante da população se declarou amarela (0,4%) e indígena (0,19%) ou não informou a raça/cor. A primeira versão do estudo, de 1993, indicava que, entre as mulheres, 18,8% era responsável pela renda da família. Na atual pesquisa, o número aumentou para 22,9% - sejam mulheres com filhos, sem filhos ou que moram sozinhas. Entre as chefes de família, destacam-se as mulheres negras, que são as que mais respondem pelo sustento de famílias com filhos sem ajuda de companheiros ou maridos. Também chefiam as famílias brasileiras 15% das mulheres que, além de cuidar dos afazeres domésticos e dos filhos, ainda trabalham. As negras são em maior número as responsáveis por famílias com filhos quando comparadas às brancas. Elas chefiam 16,1% dessas famílias, enquanto as mulheres brancas chefiam 14,3% de famílias com filhos. O estudo mostra ainda que a estrutura de família em que a mulher mora sozinha e responde pelo seu sustento predomina entre as brancas, o que pode estar relacionado às melhores condições econômicas da população branca em relação à negra. As mulheres brancas nessas condições são 6,4% e as negras são 4,5%. A pesquisa também aponta as disparidades educacionais entre negros e brancos. Segundo ela, o analfabetismo dos negros maiores de 15 anos atinge a 16,8% deles, enquanto 7,1% dos brancos nessa faixa etária são analfabetos. No ano da coleta dos dados, 2003, a taxa média nacional de analfabetos era de 11,6%. A média nacional de analfabetismo, na edição anterior do estudo era de 16,4%. Ou seja, os negros apresentam taxa de analfabetismo bem superior à média da população. Fonte: O Estado de S. Paulo com agências noticiosas



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

Rua Olinda Pires de Almeida, 2450 Telefone 0xx67 - 3422 4884