Parece piada. Depois de enrolar por mais de 40 dias, os banqueiros tiveram coragem de apresentar na negociação de ontem, em São Paulo, contraproposta que prevê reajuste salarial de 4% (contra os 11,77% reivindicado), abono de R$ 1 mil e PLR igual à do ano passado. É um absurdo o setor mais rentável do país negar ao funcionalismo qualquer tipo de aumento real e não querer nem repor a inflação acumulada do período. Os banqueiros se recusam ainda a dividir de forma mais igualitária a Participação nos Lucros e Resultados, discutir melhorias nas condições de trabalho e ameçam retirar a 13ª cesta-alimentação, conquistada com muita luta pelos trabalhadores. O índice apresentado pela Fenaban é uma vergonha, sem falar na postura arrogante dos patrões que se negam terminantemente a discutir as condições de trabalho, de saúde, de atendimento e de segurança. Mesmo com o crescimento vertiginoso dos lucros, os bancos querem manter a PLR exatamente com a mesma fórmula dos anos anteriores, sem valorizar o bancário com a distribuição de 5% dos lucros de maneira linear. Para mudar a postura da Fenaban, é fundamental aumentar a mobilização nas atividades da campanha e intensificar as paralisações de advertência.