População pobre é quem mais paga impostos

Os brasileiros convivem com realidades nada fácil. A inflação é uma coisa difícil de se entender, o governo divulga a seu bel prazer e interesse de mercado, porque na verdade, o consumidor nunca sente no bolso a desaceleração dos preços, que estão sempre subindo.
Mesmo com a inflação baixa, o consumidor ainda paga caro por conta da alta tributação embutida nos produtos. Não há uma uniformidade na cobrança dos impostos e se tributa demais bens e serviços, quase metade da carga tributária é de bens e serviços. O imposto que vem embutido no preço quando uma pessoa vai ao supermercado comprar um bem é inevitável.
Por isso a arrecadação tributária brasileira é extremamente injusta. No país, mais de 50% do que se arrecada é originário dos tributos sobre o consumo. Apenas 20% vem da renda e menos de 4% do patrimônio. Sendo assim, o pobre é o mais penalizado, pois gasta boa parte da renda em consumo.
Os especialistas explicam que a população mais pobre paga mais impostos sobre produtos de bens e serviços, uma vez que a tributação é cobrada independentemente da classe social e da renda do comprador, uma vez que não há diferença entre quem é pobre e quem é rico, todo mundo vai pagar o tributo igualmente e essa injustiça ocorre justamente porque os mais pobres consomem mais em proporção à sua renda.
Isso porque, o rico consegue converter a renda em patrimônio e como no Brasil as grandes fortunas não são taxadas, o topo da pirâmide social escapa de pagar impostos. Por isso, a necessidade da reforma tributária. É inaceitável que os pobres sigam penalizados enquanto rico, que pode pagar, é beneficiado.O sistema fiscal brasileiro é caótico e precisa de ajustes.
Importante lembrar que foi em 1995, portanto no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, que as rendas originárias de distribuição de lucros e dividendos e juros de capital foram isentas do imposto de renda.
A sonegação é outro problema. Os desvios de dinheiro público e a lavagem de dinheiro prejudicam o bem-estar social. Para se ter ideia, somente no ano passado, o país deixou de arrecadar R$ 500 bilhões em impostos, aponta o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional.