PIB de agosto despenca e fica em -1,13%. País pode estar perto da recessão
Apesar da narrativa do governo Bolsonaro, economia brasileira não está bombando e as famílias estão endividadas
O presidente Bolsonaro (PL) tem repetido constantemente que o Brasil é o único país do mundo a se recuperar economicamente no cenário pós-pandemia. Nas palavras do mandatário, "a economia está bombando". No entanto, os índices parecem mostrar outro cenário.
Divulgado nesta segunda-feira (17), o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 1,13% em agosto, na comparação com julho.
Segundo dados do Banco Central, esse foi o maior tombo mensal do nível de atividade desde março de 2021, quando foi registrada uma queda de 3,6%. Tal resultado interrompeu dois meses de melhora do indicador.
Os dados do índice apontam para uma possível recessão no país após três meses de deflação. O que pode significar aumento do desemprego, queda na renda familiar e retração na produção.
O IBC-BR é um índice que tem por objetivo tentar antecipar o resultado do PIB.
80% das famílias brasileiras estão endividadas, maior índice desde 2010
De acordo com o estudo, a alta de devedores foi de 0,3 ponto percentual em setembro ante agosto. No período de um ano, o avanço foi de 5,3 pontos.
A maior parte das famílias endividadas são as de baixa renda. Dessa maneira, nos lares com renda inferior a 10 salários mínimos, o endividamento superou a marca dos 80% pela primeira vez.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC, leva em conta dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e casa.
O índice de famílias endividadas revelado pelo levantamento do CNC é o maior percentual da série histórica desde 2010, quando foi iniciada.
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