PF prende Daniel Vorcaro e Augusto Lima, donos do Banco Master
Prisão ocorre no âmbito da Operação Compliance Zero, que combate a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras
A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (18) o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, em São Paulo. Augusto Lima, outro sócio do Master, também foi preso.
A prisão ocorre no âmbito da Operação Compliance Zero, que combate a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
Na mesma operação, policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
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As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Tais títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
Estão sendo investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
A prisão de Vorcaro ocorre um dia depois de a Fictor Holding Financeira ter feito proposta de compra do Banco Master.
O negócio, liderado pela Fictor e um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, está sujeito à aprovação do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), disse a Fictor em comunicado.
Em setembro, o Banco Central rejeitou uma tentativa do BRB (Banco de Brasília) de adquirir o Master.
Em março, o conselho de administração do BRB aprovou a celebração de um contrato para a compra e venda de ações do Banco Master. Pelo acordo, o banco de Brasília adquiria 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, passando a deter 58% do capital total da instituição — equivalente a R$ 23 bilhões em ativos — e garantindo participação com direito a voto no conselho de administração.
Para concretizar a operação, o BRB desembolsaria um valor correspondente a 75% do patrimônio líquido do Master.
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia dado aval à transação, sem impor qualquer restrição.
No entanto, o Banco Central decidiu barrar a compra. O principal motivo foi o chamado risco de sucessão, que ocorre quando, em uma aquisição, o comprador pode herdar passivos e responsabilidades do vendedor — mesmo aqueles não incluídos de forma explícita no negócio.
No caso do Banco Master, havia receio de que dívidas e ativos problemáticos que ficassem de fora da operação acabassem, ainda assim, vinculados ao BRB após a aquisição, o que poderia comprometer a saúde financeira da instituição.
Fonte: Seeb-Santos-SP



