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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Pantanal poderá estar extinto no ano 2051.

17/01/2006 Agência FAPESP - “O Pantanal, que no início do século era a maior planície alagada do mundo, está extinto.” Em 2051, tal manchete poderá surgir em telas de cristal líquido em todo o mundo. Um novo levantamento, que acaba de ser divulgado pela Conservação Internacional (CI), mostra que a notícia está longe de ser um exagero. Com quase 17% da sua vegetação original já transformada, e com uma taxa de devastação média anual de 2,3%, bastarão 45 anos para que tudo desapareça. Ou seja, as belas imagens aéreas pantaneiras poderão estar apenas em arquivos. “Não existe uma solução única e muito menos unilateral. É preciso que seja tomada uma atitude coletiva”, afirma Sandro Menezes, gerente do Programa Pantanal da CI-Brasil, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Segundo o biólogo, com doutorado em botânica vegetal, é preciso que ocorra, primeiro, um alinhamento da atuação das diferentes esferas do poder público. “A fiscalização contra o desmatamento e um controle maior sobre o licenciamento de determinadas atividades são outros problemas que precisam ser considerados”, explica. Hoje, em termos de áreas preservadas por lei, apenas 4,5% do Pantanal está protegido. A pesquisa, divulgada no relatório Estimativa de perda da área natural da Bacia do Alto Paraguai e Pantanal Brasileiro, não considerou apenas a área do Pantanal brasileiro. Ela investigou também as transformações que ocorrem em toda a Bacia do Alto Rio Paraguai, que conta com uma extensão maior. Enquanto essa segunda área tem aproximadamente 600 mil quilômetros quadrados, a planície pantaneira propriamente dita ocupa 41% de toda a bacia, que se estende também a outros países da América do Sul. “Não adianta apenas olhar para o Pantanal. Nas áreas ao redor, mais altas, estão as nascentes dos rios que correm depois pela planície”, lembra Menezes. Quando se considera toda a área da bacia, a situação chega a ser até pior. O estudo mostrou que 45% da região já sofreu algum tipo de alteração. Além das ameaças futuras, como a de projetos que pretendem levar siderúrgicas para a região, o Pantanal está sendo morto pelas atividades em curso no seu interior. “As carvoarias, que produzem carvão vegetal principalmente para Minas Gerais, são uma das causadoras de impacto. Por isso, estamos iniciando um estudo específico sobre elas, que na maior parte das vezes funcionam de forma ilegal”, informa o gerente da CI. Segundo Menezes, a chegada da pecuária intensiva na região e o plantio de soja nas áreas altas são outros dois processos que preocupam os ambientalistas. “No caso da criação de gado, é bom lembrar que a pecuária extensiva, bastante tradicional no Pantanal, tem conseqüências pequenas para o meio ambiente”, salienta. Para calcular as áreas transformadas tanto na planície com em toda a bacia, os pesquisadores analisaram imagens de satélite da região. Eles compararam, sem visitas de campo, as áreas que ainda têm vegetação nativa em relação à área que já teve sua cobertura vegetal alterada. “No relatório colocamos algumas ressalvas à metodologia. Se houve erro, foi em superestimar as áreas originais. A situação pode ser até pior do que a que está sendo apresentada”, diz Menezes. Fonte: Ecolnews.com (Eduardo Geraque) Ronaldo F. Ramos (SEEB Dourados)



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