Muda o perfil do migrante no Brasil
Comunicado do Ipea traz dados sobre escolarização, mercado de trabalho e rendimento dos migrantes Enquanto em 1995, os migrantes eram aproximadamente 4 milhões de pessoas (3% da população), em 2008, esse número caiu para 3,3 milhões (1,9% da população). Além da diminuição do fluxo migratório nesse período, também foram registradas mudanças no perfil do migrante. É o que mostra o Comunicado do Ipea nº 61 – Migração Interna no Brasil, divulgado na terça-feira, 17/8. Segundo o estudo, grande parte da migração não se dá de regiões mais pobres para outras mais ricas. Mais de 60% dos migrantes estão no Nordeste e Sudeste, com valores próximos para imigrantes e emigrantes das duas regiões. Embora os maiores fluxos estejam entre essas duas regiões, quando se relacionam os fluxos à população residente, as regiões Norte (2,6%) e Centro Oeste (3,7%) apresentam as maiores proporções de migração. Outro dado relevante aponta que os migrantes do Nordeste para o Sudeste já estão em melhor situação em termos de formalização do trabalho (40,9% de trabalhadores informais) que os próprios trabalhadores não migrantes da região Sudeste (taxa de 43,4%). Também é possível perceber que a porcentagem de indivíduos com 12 ou mais anos de escolaridade no Brasil é maior entre os migrantes (18,1%) que entre os não migrantes (13,8%). O coordenador do Núcleo de Informações Sociais do Ipea, Herton Araújo, e o técnico de Planejamento e Pesquisa Frederico Barbosa destacou que, apesar de ainda existirem bolsões de migrantes que ganham baixos salários e têm baixa escolaridade, o salário médio dos brasileiros que migraram (R$1.204,93) é, em geral, maior que o dos não migrantes (R$968,61). Quanto ao número de horas trabalhadas, 41% dos migrantes ocupados trabalham mais de 45 horas semanais contra 34,2% dos não migrantes nessa situação. Em relação aos aspectos demográfico s, o Comunicado revela que, em 2008, 62,9% dos migrantes do Nordeste para o Sudeste eram jovens (18 a 29 anos), percentual maior que o encontrado entre os não migrantes do Nordeste (32,8%). Os dados qualificam o migrante em quatro diferentes anos: 1995, 2001, 2005 e 2008. As análises são feitas com base em dados do IBGE, que permitiram aos pesquisadores identificar como migrantes aqueles que mudaram de estado nos cinco anos anteriores a cada uma das datas usadas na pesquisa. A apresentação foi transmitida ao vivo para todo o Brasil. Jornalistas puderam enviar suas perguntas, que foram respondidas pelos pesquisadores na coletiva on-line. Fonte: Site IPEA