Marcha do Salário Mínimo reúne mais de 15 mil
Mais de 15 mil trabalhadores de todo o Brasil participaram na terça-feira dia 29/11, em Brasília, da II Marcha Nacional pela valorização do salário mínimo, redução da jornada de trabalho e reajuste do Imposto de Renda. Na Esplanada dos Ministérios, os participantes reivindicaram mudanças na política econômica, além do desenvolvimento econômico e social do país. Nem a chuva forte que caiu durante todo o dia dispersou os manifestantes, que conseguiram com muito custo manter firmes as faixas e bandeiras. Vindas de Candangolândia, a 14 quilômetros de Brasília, a CUT e a CGTB chegaram à capital federal em gigantesca passeata, enquanto as demais centrais - CGT, Força, CAT e SDS - realizaram grande carreata. Durante a marcha foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao sindicalista Jair Antônio da Costa, assassinado pela Polícia Militar do Rio Grande do Sul, enquanto lutava por melhores condições de vida e trabalho no setor calçadista. No final da tarde, lideranças sindicais participaram de audiência com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, da Fazenda, Antônio Palocci, da Casa Civil, Dilma Roussef, do Planejamento, Paulo Bernardo, e com Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Valor insuficiente A valorização do salário mínimo traria benefícios significativos para diversas categorias de trabalhadores. Dados do Dieese revelam que metade dos pisos salariais negociados em acordos coletivos no Brasil, no primeiro semestre deste ano, varia entre 1 e 1,5 salário mínimo, ou seja, R$ 300,00 a R$ 450,00. Mostra ainda que oito em cada 10 pisos não ultrapassam dois mínimos, R$ 600,00. O estudo, que analisa o valor em 10 categorias profissionais do país, comprova que os pisos, que têm como referência o salário mínimo, são muito baixos. A pesquisa reforça a importância de políticas urgentes para a recuperação do poder de compra do mínimo, o que elevaria os ganhos de todos os trabalhadores.