Lula exalta retomada da política do salário mínimo e aumento da isenção do IR
Combate à desigualdade de gênero também foi destacado pelo presidente no ato de 1º de Maio, organizado em São Paulo pelas centrais sindicais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser a principal atração do tradicional ato de 1º de Maio, organizado em São Paulo pelas centrais sindicais, nesta segunda-feira (1º). Em seu discurso, o petista voltou a falar sobre o aumento real do salário mínimo, anunciado no último domingo (30), celebrado por sindicalistas e lideranças políticas.
“Nós instituímos outra vez o aumento real do salário acima da inflação. Daqui pra frente, o trabalhador receberá, além da inflação, a média do crescimento do PIB, como nós fazíamos quando fui presidente. Quando o salário mínimo aumenta, quem ganha não é só o trabalhador que ganha o mínimo. Porque o trabalhador, tendo mais dinheiro, compra mais. O comércio vai gerar emprego e vai encomendar coisa da indústria. A indústria vai gerar emprego e a roda gigante da economia começa a girar. Até os mais ricos ganham com o aumento do salário mínimo”, afirmou.
Lula adiantou um plano para o próximo ano. “Estamos estudando, quem sabe para o próximo ano, que da mesma forma que o patrão que ganha milhões não paga sobre o lucro, que o trabalhador não pague imposto sobre a participação nos lucros”, disse o presidente.
Ele também citou o direito à saúde, especialmente o acesso a médicos especialistas. “Nós vamos garantir que as pessoas pobres desse país tenham direito a um especialista para não morrer com uma receita na cabeceira.”
“A mulher tem que ganhar o mesmo que o salário do homem se ela faz o trabalho igual”, disse, citando o Projeto de Lei 1085/23 encaminhado pelo Executivo, que garante o pagamento pelo empregador de salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função.
“É uma falta de vergonha o que fazem com nossas mulheres no trabalho, no trajeto, no transporte, é uma vergonha. Em muitas atividades econômicas, as mulheres são mais fortes e corajosas que os homens”, explicou o presidente.
Em discurso curto, Lula contou que está “convidando empresários estrangeiros para fazer investimentos no Brasil. Estamos mostrando para eles os grandes projetos que vamos apresentar no terceiro PAC [Plano de Aceleração do Crescimento]. Vai ser o maior projeto de obras de infraestrutura desse país. A gente então vai voltar a gerar emprego”, prometeu.
O petista também prometeu investimento em Educação. “Aqui em São Paulo vamos inaugurar a Universidade Federal do ABC em São Bernardo, a Universidade Federal de Osasco e vamos começar a fazer a universidade federal da zona leste. Quando o [ministro Fernando] Haddad era prefeito ele doou o terreno. Vou começar e terminar essa universidade no meu mandato”, afirmou.
Governo também anunciou a elevação da isenção do IR para R$ 2.640
Lula confirmou também no Dia do Trabalhador a isenção no Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 2.640, a partir de 1º de maio. O anúncio já havia sido feito, na sexta-feira (28), pelo Ministro do Trabalho e ex-presidente da CUT, Luiz Marinho.
Na prática, a faixa de isenção subirá de R$ 1.903,98, valor definido ainda pela ex-presidenta Dilma Roussef em 2015, para R$ 2.112. Também haverá um desconto mensal de R$ 528. Com os dois mecanismos. Quem ganha até R$ 2.640 não pagará IR.
Com o aumento da faixa de isenção, conforme estimativas da imprensa, a partir de dados da Receita Federal, 13,7 milhões de pessoas deixarão de pagar IR. Conforme disse o ministro, os principais beneficiados serão os trabalhadores de menor poder aquisitivo.
Governo também pediu apoio aos trabalhadores contra as fake news
Por fim, Lula pediu aos trabalhadores que se tornem “soldados contra fake news. A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo nesse país. Cada companheiro que tem um celular precisa ficar atento, não pode mandar mensagem mentirosa, não pode passar pra frente o que pode prejudicar a pessoa.”
Nesta terça-feira (2), a Câmara dos Deputados deve votar o PL 2360, conhecido como PL das Fake News. O texto final do projeto, relatado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB) foi protocolado na Casa na última quinta-feira (27).
#JurosBaixosJá
O presidente voltou a criticar o atual patamar dos juros no Brasil, de 13,75% ao ano. “A gente não pode viver mais num país onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla, na verdade, o desemprego nessa país, porque ela é responsável por uma parte da situação em que vivemos hoje”, disse.
Fonte: Contraf-CUT