IPEA tem novo presidente
O economista Márcio Pochmann, figura de destaque no cenário nacional em defesa da valorização do trabalhador e dos movimentos sociais, é o novo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No discurso de posse, Pochmann criticou os economistas e intelectuais que vivem de um “falso otimismo com a possibilidade de superação do atraso” econômico brasileiro. Em entrevista à Carta Maior, ele não amaciou a situação social e econômica vivida pelos brasileiros. Quando perguntado sobre o padrão de salário do país, Pochmann respondeu que é um “padrão asiático”, com valor baixo, longa jornada de trabalho e alta rotatividade. Ele também ressaltou a falta de aparelhamento da máquina pública. “O país tem um Estado raquítico. Apenas 8% da mão de obra ocupada pertence ao Estado. Nos Estados Unidos, são 18%. Na Europa, 25%. Na Escandinávia, 40%. Espanha e Portugal têm cerca de 20%”, afirmou. Pochmann também falou sobre o papel do instituto e da necessidade de fortalecer e potencializar a função básica de desenvolvimento nacional, e “valorizar a inovação nos campos da políticas públicas matriciais e articuladas”. O Ipea é uma fundação pública federal, que realiza pesquisas e estudos sociais e econômicos. O instituto também contribui com o governo, no sentido de ajudá-lo a formular e reformular políticas públicas e programas de desenvolvimento. Márcio Pochmann já foi secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da prefeitura de São Paulo, na gestão da ex-prefeita e atual ministra do Turismo Marta Suplicy, é professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autor de 27 livros, todos sobre inclusão social, desenvolvimento econômico e políticas de emprego.