Grito dos Excluídos saiu a rua nesta manhã em protesto contra a corrupção em Dourados
Uma verdadeira multidão (ver fotos no final da matéria) tomou conta do calçadão da Praça Antônio João na manhã desta segunda-feira em Dourados para protestar contra a corrupção que veio a tona na última quarta-feira, 01 de setembro, depois da Operação da Polícia Federal que levou para trás das grades o prefeito, vice, vereadores e empresários da cidade. Depois de ato público no calçadão os manifestantes sairam em passeata pelo centro da cidade com foguetório, dois carros de som (do sindicato dos bancários e do Simted) e muita indignação. O manifesto do Grito dos Excluídos que este ano completou a sua 16ª edição e tradicionalmente acontece ao final do desfile cívico do 7 de setembro, este ano foi antecipado para a manhã desta segunda-feira em virtude dos últimos acontecimentos e o conseqüente cancelamento do desfile. Sendo que está programado para acontecer o desfile apenas do exército no dia de amanhã, onde os manifestantes prometem voltar às ruas com o grito pelo fim da corrupção. Coordenado pelo Comitê Regional de Defesa Popular, as palavras de ordem giraram em torno do afastamento de todos os políticos envolvidos, inclusive os dois vereadores que apesar de não terem sido presos foram indiciados por participação no esquema. Outro fator que chamou a atenção nas palavras dos manifestantes foi em relação a ter que haver novas eleições, pois a população não poderá aceitar que aproveitadores tomem conta da administração com a possível nomeação de um interventor pelo governo do Estado. Governo este que até a prisão do prefeito faziam campanha política abraçados. O ESQUEMA Segundo a Polícia Federal, que desencadeou a Operação Uragano (furacão, em italiano), o grupo formado por políticos e empresários, era chefiado pelo chefe do Executivo, o então prefeito Ari Valdecir Artuzi (PDT) que está preso em Campo Grande. Ele, a esposa Maria Artuzi, o vice-prefeito Carlinhos Cantor, o presidente da Mesa da Câmara Sidlei Alves, o vereador Júnior Teixeira, entre outros, estão presos. Fora Artuzi e Maria, os demais estão na Penitenciária de Segurança Máxima (PHAC). VEREADORES PRESOS Em Dourados, nove dos 12 vereadores foram presos. Ao todo, 11 devem responder por participação no esquema de recebimento de propina. A PF prendeu os vereadores Sidlei Alves (DEM), presidente da Câmara, Aurélio Bonatto (PDT), Edvaldo Moreira (PDT), Humberto Teixeira Júnior (PDT), José Carlos Cimatti (PSB), Zezinho da Farmácia (PSDB), Júlio Artuzi (PRB), Marcelo Barros (DEM) e Paulo Henrique Bambu (DEM). Já os vereadores Gino Ferreira (DEM) e Dirceu Longhi (PT) foram indiciados. Apenas a vereadora Délia Razuk (PMDB) não foi citada no esquema.