A privatização da Caixa é uma das prioridades do governo Bolsonaro. Para acelerar o processo de desmonte, publicou, na noite de sexta-feira (07/08), em edição extra do Diário Oficial da União, Medida Provisória que autoriza as subsidiárias do banco, como a Caixa Seguridade e a Caixa Loterias, a formar novas subsidiárias e adquirir o controle ou participação societária em empresas privadas.

Como a intenção é que a Caixa se desfaça de áreas consideradas menos lucrativas ou estratégicas, a MP vai viabilizar um plano de venda de ativos da instituição financeira. O Congresso Nacional ainda precisa aprovar o texto em até 120 dias para que não perca a validade.

A Medida reforça o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo pretende propor a privatização de três ou quatro grandes empresas públicas em até 60 dias. O argumento é que as vendas fazem parte da estratégia para melhorar as contas públicas, afetadas pela pandemia do novo coronavírus.

Mas, a venda de ativos da Caixa é uma ideia antiga do governo. Inclusive, o presidente da instituição financeira, Pedro Guimarães, deixou claro no primeiro mês do governo que pensava em fazer um IPO (abertura de capital na bolsa) menor.

“Não vou querer fazer uma operação gigante na bolsa e depois colocar o preço lá embaixo", afirmou o executivo. A justificativa era que vender as subsidiárias do banco 100% público levantaria recursos para pagar uma dívida de R$ 40 bilhões da estatal com a União.