Governo corta verba e ataca as universidades

A decisão do Ministério da Educação (MEC) de cortar verbas das universidade federais é uma clara tentativa de censurar a liberdade de manifestação e a diversidade e por temer a educação livre e crítica, o governo Bolsonaro faz mais um ataque injustificado às universidades federais brasileiras, com o anúncio do corte de 30% dos recursos das instituições.
A justificativa para a atitude é ainda mais absurda. O ministro da Educação, Abraham Weintrab, afirmou que o bloqueio da verba seria feito nas universidades que não apresentassem desempenho acadêmico esperado e tivessem promovendo “balbúrdia”.
Primeira universidade do Nordeste, a UFBA é a 10ª instituição brasileira e a 30ª da América Latina no ranking Times Higher Education (THE), da revista inglesa Times, que avalia 1.250 universidades de 36 países. Também foi considerada a 14ª melhor entre 196 universidades brasileiras em 2018.
O reitor da Universidade Federal da Bahia, João Carlos Salles, rebateu a declaração e afirmou que “a UFBA reafirma-se enquanto espaço democrático e dinâmico, onde se realizam eventos dentro dos marcos legais, e que se orgulha de ter como uma de suas marcas a porosidade à presença, em seus espaços, de atores sociais os mais diversos, todos eles bem-vindos, de movimentos sociais a industriais, de comunidades tradicionais a empresários, de intelectuais destacados a gestores públicos e parlamentares”.
Na opinião do senador Humberto Costa (PT-PE), é inaceitável que “o fascismo operado por um cacareco ideológico na cadeira de ministro promova essa perseguição”. Ele lembrou que as pesquisas apontam as três universidades que sofreram cortes entre as melhores do país.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o governo Bolsonaro ataca a educação como alvo preferencial para manter o "bolsonarismo raivoso e atiçado", estimulando que alunos gravem e intimidem professores. Com essas medidas, disse Randolfe, o governo Bolsonaro terá “os porões da história como destino de sua biografia covarde”.
Protesto de estudantes
Para mostrar a indignação contra esse ataque , a segunda-feira 6 foi marcada por protestos de estudantes de instituições federais de ensino contra a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Os protestos aconteceram no Rio de Janeiro e na Bahia.
Os protestos contra os cortes na educação foram inicialmente convocados por estudantes e devem contar com a adesão de integrantes de instituições universitárias nos proximos dias.
"A população e a juventude brasileira acabam de sofrer um golpe fatal à democracia", dizem os estudantes, em manifesto, contra o bloqueio de verbas de proporções "estratosféricas" anunciadas pelo governo