Joacir Rodrigues O Globo Repórter da última sexta-feira, 27 de agosto, justamente na véspera do Dia do Bancário, comprovou o que todos já sabiam, ou seja, de que o trabalhador e a trabalhadora bancária estão sobrecarregados com o assédio moral e pressão por metas cada vez mais abusivas. Os bancários ficam em terceiro lugar no ranking das categorias que mais sofrem com o estresse, perdendo apenas para os trabalhadores que atuam na área de segurança,como os policiais, que enfrentarem no dia-a-dia os assaltos, seqüestros e mortes, e para os motoristas de ônibus urbanos, que fazem todo dia tudo sempre igual, enfrentando o trânsito com pressão para chegar no horário em cada parada, sem poder descer nem para ir ao banheiro. E os bancários aparecem em terceiro lugar, com um trabalho sob o ponto de vista de comparação com essas duas categorias, teoricamente sem nenhuma semelhança, porém na prática são submetidos à mesma pressão e estresse que os trabalhadores que enfrentam bandidos ou o perigo do trânsito urbano. É exatamente por isso que a categoria este ano não pode recuar em relação a luta pela melhoria nas condições de trabalho, pois essa pressão e estresse a que estamos submetidos tem levado ao alto número de doenças relacionadas a sobrecarga de trabalho e especialmente de pressão pelas metas quase sempre inatingíveis. Ainda segundo a reportagem, o Brasil é o segundo país mais estressado do mundo, perdendo apenas para o Japão. Sendo que o trabalho é apontado como uma das principais causas do mal que atinge o país. O que vale dizer que devemos repensar a nossa relação entre o capital e o trabalho, ou sendo mais direto, entre os patrões e os trabalhadores, pois ao contrário do que a reportagem tenta passar para a opinião pública, o estresse não é causado pelo trabalho, mas sim pela exploração do trabalhador por aqueles que detêm o capital, os patrões.