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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Fusão entre o BB e a Caixa é assunto na imprensa

Notícias que vem sendo veiculadas na imprensa sobre a efetivação de uma fusão entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm deixado apreensivos os trabalhadores dos dois bancos públicos federais. As matérias vêm sendo publicadas desde o início de junho em veículos como os jornais Correio Brasiliense (03/06) e Folha de São Paulo (25/06) e boletim eletrônico Relatório Reservado (18/06). Esta é uma discussão que vem se arrastando desde os governos de FHC, mas, segundo a imprensa, o governo federal acredita que agora é o momento mais propício para que a fusão seja concretizada. Segundo as notícias, a criação de um grande banco federal seria necessária para enfrentar o crescimento dos bancos privados. Jornalistas e especialistas da área financeira se arvoram a demonstrar com fartos exemplos como Bradesco e Itaú vêm ‘tomando a frente dos maiores bancos públicos’ utilizando percentagens e lucros líquidos os motivos que justificariam a necessidade de fusão das duas instituições financeiras. A discussão que se trava através da imprensa, inclusive citando ministros e alguns membros da alta cúpula dos dois bancos, se restringe meramente ao mercado financeiro e à competição com os bancos privados: maior lucro líquido, maior carteira de crédito, maior patrimônio. A matéria do Correio Brasiliense chega inclusive a defender o programa de aposentadoria do BB que segundo o texto pode atingir 12,5 mil trabalhadores. “É um passo importante para adequar a instituição a um modelo mais enxuto já adotado pelos grandes bancos privados”. Sem comentários – O setor Comunicação do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá entrou em contato com as assessorias de imprensa do BB e da Caixa, em Brasília. O Banco do Brasil se limita a responder que “não comenta o assunto”. Diz que o sócio majoritário é o governo e quem deve dar as informações é o Ministério da Fazenda. “Não há estudo nenhum dentro do Banco sobre este assunto”, garante a Diretoria de Marketing do BB. A Caixa Econômica Federal também nega que esteja em andamento uma grande fusão entre os dois maiores bancos federais. A assessoria de imprensa informa que há alguns anos os bancos fazem ações conjuntas como o compartilhamento da rede de caixas eletrônicos para saques e consultas de saldo, licitações ou compras conjuntas. A maior operação nesta ‘parceria’ com o BB, informa a assessoria da Caixa, é a construção de um centro operacional que vai abrigar a área tecnológica das duas empresas estatais. “São algumas ações que são realizadas para diminuir custos e proporcionar maior qualidade de atendimento para os nossos clientes. Nada além disso”, garante a comunicação da Caixa. A reportagem da Folha cita a construção do centro tecnológico e afirma que a “idéia inicial de Mantega (ministro da Fazenda, Guido Mantega) é que a unificação (do BB e da Caixa) se restrinja à área tecnológica”. Papel dos bancos públicos – O grande debate sobre este assunto, avalia o vice-presidente da Contraf-CUT, Milton Rezende, deve ser o papel que os bancos públicos têm como agentes do desenvolvimento social do país, de cada região e dos Estados. “O debate que vem sendo feito através da imprensa sobre esta possível fusão se limita a questões de mercado, de concorrência com os bancos privados. Para nós a questão é outra. Qual o papel dos bancos públicos na proposta do governo?”, questiona Miltinho. Segundo ele, cada banco público tem seu papel definido como agentes de desenvolvimento. O Banco do Brasil é o grande fomentador do crédito agrícola. Já a Caixa é quem desenvolve os programas sociais do governo federal. Assim como os bancos regionais são responsáveis por políticas que desenvolvam suas regiões e os bancos estaduais, seus Estados. “Todos têm um papel específico. E dentro desse aspecto uma fusão entre BB e Caixa não cabe, não precisa, é desnecessária”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT.



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