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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

FMI -Internacionalização de bancos pode gerar instabilidade

Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que a internacionalização de instituições financeiras e a alta concentração nos mercados bancários podem causar riscos à estabilidade financeira mundial. Em seu recém-divulgado Relatório de Estabilidade Financeira Global, o FMI diz que, apesar de julgar que ''a crescente diversidade de investidores deve contribuir para a estabilidade financeira, a velocidade das mudanças que estão ocorrendo podem provisoriamente distorcer preços no mercado financeiro e criar bolsões de vulnerabilidade''. O estudo aponta para os riscos da internacionalização das instituições financeiras. Ainda que ela ''tenha de um modo geral ampliado a estabilidade financeira contra pequenos choques'', os ''crescentes laços internacionais entre grandes instituições podem fazer com que crises graves se tornem mais abrangentes e complicadas de lidar'', diz o relatório. O relatório do FMI diz que atualmente, grandes mercados bancários locais e internacionais estão mais concentrados, com um número relativamente pequeno de grandes instituições financeiras desempenhando um papel central nestes setores. O fundo afirma que essa concentração poderia potencializar abalos econômicos. O estudo comenta também que ''para os países hóspedes, a presença de bancos estrangeiros fortes parece ter tornado seus sistemas financeiros mais resistentes às tradicionais crises bancárias locais''. Mas adverte que ''sistemas financeiros com uma considerável presença estrangeira são mais vulneráveis a choques internacionais que afetam os bancos aos quais estão ligados. Pode ser mais difícil para as autoridades locais lidarem com estes choques e pode ser difícil antecipá-los''. Emergentes Os países emergentes, segundo o FMI, poderiam ser afetados, apesar de ''os fundamentos econômicos dos mercados emergentes continuarem a melhorar''. O estudo afirma que os países da América Latina ''de um modo geral atraíram um significativo fluxo de capital'' e acrescenta que na maior parte dos países da região, incluindo Argentina, Brasil e México, ''o setor bancário continua a exibir uma capitalização adequada, uma melhora na qualidade de ativos e crescentes rentabilidades''. Mas o fundo alerta que ''a exposição de bancos às dívidas públicas nacionais continua elevada em alguns países, entre eles o Brasil''. E acrescenta que ''os principais riscos macrofinanceiros para a região parecem provir do setor externo, e incluem uma potencial queda nos preços de commodities ou os possíveis efeitos de uma ruptura causada por correções de desigualdades globais, que poderiam resultar no declínio ou mesmo provocar a reversão do fluxo de capitais para a região''. Segundo o fundo, apesar de o risco-país dos emergentes estar em um nível historicamente muito baixo, a sorte das nações em desenvolvimento poderá mudar se os juros mundias sofrerem uma elevação e se a crise no mercado imobiliário americano se agravar. Esse quadro poderia provocar uma redução da liquidez global, com efeitos negativos para os emergentes. Discurso O tom do relatório pôde ser ilustrado pelo pronunciamento do diretor-gerente do fundo, Rodrigo de Rato, realizado nesta segunda-feira, em Washington. De acordo com De Rato, a economia mundial enfrenta atualmente menos riscos do que há seis meses. ''Mas alguns dos riscos são diferentes e existe uma maior consciência a respeito das incertezas e paradoxos por trás de nossa atual prosperidade.'' De Rato disse que a globalização financeira deu a bilhões de pessoas acesso aos mercados de capitais mundiais e deu aos investidores mundias oportunidades que eles nunca tiveram antes. Mas o diretor-gerente do FMI advertiu que desequilíbrios entre as grandes economias permanece alto e uma crescente disposição de correr riscos gerou uma onda de ''empréstimos questionáveis''. Fonte: BBCBrasil.com



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