Ex-deputado Semy acusa Puccinelli e questiona impunidade em MS
O ex-deputado estadual Semy Ferraz divulgou um vídeo nas redes sociais com contundentes questionamentos sobre a impunidade e as relações entre os poderes judiciário e executivo de Mato Grosso do Sul. Ele cobra que os culpados por uma armação eleitoral de quatro anos atrás sejam punidos na justiça. Segundo o ex-parlamentar, foi forjada uma denúncia de que assessores dele estariam comprando votos e a Polícia Federal foi acionada prejudicando-o como candidato. Ele não foi reeleito na ocasião. "Eu era Deputado Estadual, candidato à reeleição, mas no dia 29 de Setembro de 2006, armaram uma farsa contra mim, plantaram dinheiro no carro de meu assessor, para me incriminar como comprador de votos. Como eu tinha a certeza que eu não estava comprando votos, que eu não tinha delegado a ninguém comprar votos para mim, eu na época acusei a Polícia Federal", conta o ex-parlamentar. Segundo ele, a intenção do vídeo, distribuído pelo Youtube, é cobrar das autoridades que não deixem a impunidade imperar em Mato Grosso do Sul. "Eu tinha certeza também, que a única pessoa que poderia ter motivos para me perseguir me prejudicar era o candidato a Governador na época, o senhor André Puccinelli. Graças a Deus e ao trabalho da Polícia Federal, no dia 17 de Janeiro a Polícia Federal deflagra a Operação Vintém, onde consegue, através das buscas e apreensões, comprovar que eu tinha razão", conta. Com a Operação Vintém, ficou constatado que houve uma farsa armada pelo senhor André Pucinelli Junior, filho do governador, por Edson Girotto, Micher Jafar Junior, e também Edmilson Rosa, que foi quem plantou o dinheiro no carro do assessor de Semy. "Eu tenho certeza de que o mandante desse crime foi o senhor André Puccinelli, não me pairam dúvidas, até por uma perseguição implacável contra meu mandato, por eu ter tomado várias medidas para apurar falcatruas de quando ele era prefeito de Campo Grande. Graças a Deus, de novo, o feitiço virou contra o feiticeiro, e eles, que armaram para me prejudicar, hoje estão indiciados pela Justiça Federal", garante. Quatro anos de impunidade Semy Ferraz, no depoimento, reclama que o processo caminha "a passos de tartaruga, na Justiça Federal em São Paulo". Exatamente nesta quarta-feira (29), o Operação Vintém completa quatro anos mas ninguém foi punido até o momento. "O que eu quero nesse instante é lembrar da importância da gente cobrar a punição de um crime como esse, para que não fique um exemplo, para os próximos candidatos fazerem o mesmo contra outros. Eu não quero que isso ocorra com meu maior inimigo, porque plantar dinheiro no carro de um candidato para incriminá-lo é pior do que plantar drogas no carro de um cidadão comum e ligar para a Polícia Federal para dar o flagrante", lamenta Ferraz. "Já entrei com uma ação de reparação de danos contra o senhor André Puccinelli, senhor Edson Girotto, Micher Jafar, e André Pucinelli Junior, só que até hoje a Justiça não conseguiu notificar o Governador, o ex-secretário, candidato a Deputado Federal, e também o advogado, filho do Governador", informa. Segundo ele, esta morosidade da Justiça para um ato simples, como a intimação de pessoas que já foram até indiciadas em inquérito da Polícia Federal, aliada às recentes denúncias feitas pelo deputado Ary Rigo de que haveria um esquema de propinas para membros do judiciário "segurarem" ações, coloca em xeque a confiabilidade do sistema judicial em Mato Grosso do Sul. "Dá para confiar na Justiça? Uma Justiça que não consegue intimar um Governador que cometeu um deslize, para ser apurado?", questiona. Escândalo da Área do Papa O ex-deputado estadual Semy Ferraz também relembra no vídeo de um escândalo envolvendo o então prefeito de Campo Grande André Puccinelli em irregularidades para negociação da chamada "Area do Papa", na região oeste da Capital. "Quando apurei a questão da Área do Papa, descobri que o Governador tinha assinado uma escritura sem recolher o ITBI, ou seja, cometeu crime de falsidade ideológica! O Governador, o cartorário e o dono da Financial Engenharia", explica. Segundo o ex-parlamentar, na época ele procurou o Ministério Público, que até hoje não ofereceu queixa crime contra o Governador, então, prefeito. "Só que contra mim, quando o ex-prefeito queria me processar em 2006, de pronto a Procuradoria do Ministério Público Estadual aceitou a denúncia contra mim. Meu advogado teve que ir a Brasília fazer Justiça e trancar essa ação penal no STJ", compara. Fonte: Midiamax Campo Grande