Estrangeiros invadem o Brasil
Está em curso uma mudança na estruturação do sistema financeiro brasileiro. Há, de novo, um grande interesse de bancos estrangeiros no País. Mas, diferente do que ocorreu em meados da década de 90, quando aportaram por aqui HSBC, Santander, CGD e BBVA, entre outros, o objetivo dos forasteiros não é competir de igual para igual com as grandes instituições já instaladas no Brasil. A ordem é buscar novos nichos de atuação ou partir para adquirir participações importantes em instituições já consolidadas. “A Foi em julho de 2007 que o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a chegada do Banco Azteca, do grupo Salinas, no Brasil. A empresa, que atua no segmento de baixa renda, é considerada um exemplo de sucesso por especialistas internacionais, depois de arrebanhar mais de 5 milhões de depositantes em pouco mais de cinco anos de atividade. Além disso, a entrada dessa instituição visa dar apoio ao principal negócio do grupo, as operações de varejo da rede Elektra. A primeira agência será instalada na Favela da Rocinha (RJ). Com um modelo peculiar, a instituição financeira promete movimentar o mercado de crédito. A intenção é aplicar o sistema usado no México desde 2002. O foco será financiar e abrir contas bancárias voltadas à população que não tem renda comprovada. Para atrair esse público, o chamariz será a isenção de tarifas bancárias aos correntistas. Na área de empréstimos, a idéia é introduzir um novo modelo de cobrança. O pagamento será feito semanalmente, com intuito de atingir quem trabalha na informalidade. Outro meio de evitar problemas com o pagamento, será ir até a casa de quem pede crédito antes de concedê-lo. Em breve, mais um estrangeiro deve desembarcar no Brasil. O Bank of China, segundo maior banco chinês, entrou com pedido junto ao Banco Central em novembro de 2007. A instituição pediu autorização para realizar operações nos mercados de câmbio e de investimentos, além de funcionar como banco comercial - com abertura de contas de depósito e concessão de crédito. Segundo Luis Miguel Santacreu, Analista de Instituição Financeira da Austin Ratings, o Bank of China é um caso diferente. “A sua possível chegada tem como objetivo estreitar o relacionamento comercial com o Brasil, visto que a China tem se tornado um grande importador de produtos brasileiros. O país já manifestou até a possibilidade de fazer investimento direto no Brasil, com fábricas de veículos e outros setores da economia. O grande desafio é o investimento de longo prazo, em infra-estrutura, instalações de plantas industriais. Isso, realmente, se viesse seria muito positivo, uma vez que o recurso vem para ficar e tem o poder disseminador na economia, em termos de geração de emprego, renda e melhoria das desigualdades”. Fonte Partner Consultoria: Por Cecília Della Flor * Matéria produzida para a revista Cardmedia (Edição nº 13)