De acordo com auditores, consultores e economistas especializados em Previdência Social, existe uma falácia implantada em relação ao déficit, que Michel Temer afirma ultrapassar dos R$ 150 bilhões.

A reforma defendida pelo governo interino não ajuda no ajuste fiscal e ainda prejudica o trabalhador. Os impactos nos cortes devem levar 20 a 30 anos para serem sentidos. A constatação foi feita durante o seminário sobre a Reforma da Previdência, promovido pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), em São Paulo.

O que acontece na verdade é um desvio de finalidade dos recursos, que permite a retirada de até 20% para outras despesas, como o pagamento de juros ao sistema financeiro. O percentual faz parte da DRU (Desvinculação das Receitas da União), criada no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Segundo a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Jane Lúcia Berwanger, há um discurso corrente tanto da grande mídia, aliada à direita e ao grande capital, quanto do ministério de Temer sobre o caráter negativo dos gastos da Previdência.

A estratégia é clara. Inviabilizar a aposentadoria, com e elevação da idade mínima para parar de trabalhar. Ou seja, mais uma vez, o trabalhador vai pagar a conta. Enquanto isso, no andar de cima, nada acontece e não se fala nem mais em taxar as grandes fortunas, o que ajudaria o país a sair da crise econômica.

Fonte: Seeb-Bahia