Emprego bancário continua em queda
Dados mostram redução de 634 postos de trabalho no setor em julho e perda de espaço no ramo financeiro para as cooperativas de crédito
O setor bancário perdeu 634 postos de trabalho em julho, segundo Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). É o décimo mês consecutivo com redução do número de postos de trabalho. O último mês com aumento de postos foi em setembro de 2022. Desde então, nos dez meses seguintes, houve uma redução de 6.273 postos de trabalho na categoria bancária.
O saldo de postos de trabalho é a diferença entre o número de admissões e de demissões.
“Identificamos que houve redução de postos de trabalho tantos nas pequenas agências bancárias quanto nas matrizes, onde há alocação de grande número de trabalhadores”, disse a economista Vivian Machado, do Dieese, uma das responsáveis pela pesquisa.
Menos bancos, mais desemprego
Os dados de 2023 mostram que, de janeiro a julho, 61,09% dos postos de trabalho reduzidos (3.494) foram em estabelecimentos com até 50 empregados e 22% (1.258) nas unidades com mais de 1.000 trabalhadores.
“Além de fecharem postos de trabalho em todos os tipos de unidades, também constatamos que os bancos reduzem o emprego em todo o país. Por isso, iniciamos a campanha #BancoParaTodos, contra as demissões e o fechamento de agências bancárias e pela garantia da obrigação da oferta de serviços bancários para toda a população”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale.
Dados do Banco Central mostram que 42% dos municípios brasileiros não possuem nenhuma agência bancária. “Isso tem prejudicado os clientes, que são obrigados a percorrer longas distâncias quando precisam de atendimento presencial. E, durante a pandemia, vimos que muita gente precisa ser atendida presencialmente, seja pela falta se acesso, ou pela necessidade de auxílio no uso da tecnologia, seja por preferir o atendimento humanizado”, ressaltou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT.
Redução da categoria
Além da redução absoluta dos postos de trabalho, o setor bancário vem perdendo espaço no ramo financeiro. Ao contrário do que vem acontecendo com os bancários, nas demais categorias do ramo foram criadas novas vagas. Mesmo com redução dos bancários, no ramo financeiro como um todo foram abertos 1.866 postos de trabalho em julho. Nos últimos 12 meses, foram criados 15,8 mil postos de trabalho, uma média de 1,3 mil postos/mês.
Dentre as atividades do ramo financeiro que apresentaram maior saldo positivo em julho, destacam-se o crédito cooperativo (+1.038 postos); as atividades de intermediários em transações de títulos, valores mobiliários e mercadorias (+575 postos) e planos de saúde (+250 postos).
Leia a íntegra da Pesquisa do Emprego Bancário
Fonte: Contraf-CUT