Em reunião, ABN Real afirma que não demitirá no Brasil
Em reunião nesta quinta-feira, entre a Contraf-CUT, o coordenador da Comisssão Nacional dos Funcionários, o Sindicato de São Paulo e a direção de RH do ABN Real, a diretora do banco Mônica Cardoso assumiu compromisso público de que o banco não demitirá no Brasil nem fechará agências e que qualquer mudança que ocorrer será negociada antes com os trabalhadores e seus representantes. Afirmou que, pelas informações que detém, o banco não será dividido no Brasil porque o Barclays não tem agências e considera o Brasil um mercado importante, inclusive há um plano de crescimento “agressivo”, em que está prevista a abertura de 50 novas agências. “O banco está assumindo um compromisso público e esperamos que cumpra sua palavra”, afirma Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf-CUT. “Mas precisamos ficar atentos e mobilizados porque o que garante o emprego e os direitos dos bancários é sua organização.” O coordenador da comissão Nacional dos Funcionários do ABN Real, Marcelo Gonçalves, também reforça que os bancários têm de ficar atentos e mobilizados principalmente para preservarem seus empregos. “Na próxima reunião queremos que sejam apresentadas propostas que realmente garantam o emprego de todos que trabalham no ABN Real. Até porque, pelo seu alto lucro, não há nenhum motivo para que haja demissões”, conclui Marcelo. Na reunião, foi tratada ainda a situação do Sudameris, que em 30 de agosto passará para a bandeira ABN. A diretora afirmou que nesse caso também não haverá fechamento de agências nem demissões. Atividades em todo o país – Nesta quinta, diversas agências do ABN Real estão sendo visitadas por representantes de sindicatos de todo o país para leitura de manifesto e distribuição de material sobre a venda do banco. Em São Paulo, o prédio da Boavista, uma das principais concentrações do ABN Real, parou por meia hora na superintendência e na agência. Na reunião, que aconteceu de maneira espontânea, todos os funcionários discutiram garantia no emprego, a situação de instabilidade em que se encontram e apoiaram as atividades da Contraf, “Patrão a gente não escolhe, a gente enfrenta. Vamos nos manter mobilizados porque é isso que garantirá nossos empregos”, afirma Gutemberg de Souza Oliveira, diretor jurídico da Fetec-SP e funcionário do ABN-Real. Nas reuniões foram discutidos também temas como salários, turnover, saúde e condições de trabalho, metas, plano de saúde para pais e mães. “Todas essas reivindicações foram levadas ao banco em 22 de fevereiro de 2006, mas até agora nada foi resolvido”, afirma Gutemberg. Repercussão na mídia – A entrega de carta ao ministro do Trabalho, Carlos Luppi, que aconteceu na última terça-feira, teve espaço na grande mídia e divulgou a luta dos bancários contra demissões no ABN-Real por todo o país. Veja algumas reproduções: 24/04/2007 Bancários de SP pedem proteção do governo contra demissões Categoria está preocupada com a fusão mundial entre os bancos ABN Amro e Barclays. Eles entregaram carta ao ministro do Trabalho pedindo proteção. Roney Domingos Do G1, em São Paulo Bancários de São Paulo preocupados com a fusão mundial entre os bancos ABN Amro e Barclays, anunciada na segunda-feira (23), entregaram nesta terça-feira (24) ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, uma carta em que reivindicam proteção do governo contra eventuais demissões entre os 31 mil funcionários do ABN Amro no Brasil. Após a fusão, os acionistas anunciaram corte de 23 mil empregados em todo o mundo, mas ainda não há posicionamento da empresa sobre a situação dos brasileiros. "Não temos nada contra o investimento, mas não sabemos quantas vagas serão cortadas no Brasil. Queremos que o ministro exija do Barclays a não-demissão", disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Vagner Freitas. "O que nos preocupa é que, com a fusão lá fora, o ABN Amro no Brasil possa ser vendido para outro banco", disse Marcelo Gonçalves, funcionário da instituição e dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. De acordo com ele, analistas de mercado apontam que o controlador mundial do ABN Amro pode decidir se desfazer do banco no Brasil e vendê-lo para os controladores de outros grandes grupos. Entre as apostas estão o Santander, HSBC e Itaú. A maioria dos funcionários do ABN Amro trabalha em São Paulo. Folha de S.Paulo 25/04/2007 Bancários No Brasil, o Sindicato dos Bancários pediu reunião com a direção do ABN Real para saber dos planos do Barclays para o Brasil, mas ainda não obteve resposta. O sindicato teme demissões no Brasil -os bancos planejam demitir 10% dos funcionários no mundo. Anteontem, o presidente do ABN Real, Fábio Barbosa, disse que não haverá demissões no Brasil, pois não há sobreposição de funcionários. Os bancários se reuniram com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e prometem protesto nesta semana. O Estado de S.Paulo 25/04/2007 Sindicatos temem demissões com venda do Real Em reunião com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ontem, os presidentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Vagner Freitas, manifestaram preocupação com possíveis demissões após a fusão do ABN Amro, controlador do Banco Real, com o Barclays. Eles temem que as operações brasileiras sejam vendidas para Santander, Itaú ou HSBC. Lupi não confirmou se vai intermediar a negociação entre bancos e bancários. Folha de S.Paulo 26/04/2007 Brasil Os bancários se reúnem hoje com a diretoria do ABN Real no Brasil para saber os detalhes da venda. Eles planejam atrasar em meia hora a abertura da agência na rua Boavista (centro de SP) e fazer protesto, na hora do almoço, em frente à sede do banco, na avenida Paulista. Eles temem que a proposta de demissão de 10% dos funcionários chegue ao Brasil, o que o ABN Real descarta. Fonte: Contraf-CUT e jornais