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19 de Novembro de 2009 às 22:59

Dia da Consciência Negra

O Brasil é majoritariamente negro, conforme comprovam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo pesquisa do instituto, pessoas da raça negra representam 49,7% da população brasileira. Apesar de ainda não ser possível notar essa maioria nos meios de comunicação, em cargos de visibilidade nas empresas ou nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, já são palpáveis algumas mudanças conquistadas pelos movimentos sociais nos últimos seis anos. “No último período, principalmente a partir do governo Lula, o combate à exclusão racial aumentou. O Estado, que muitas vezes patrocinou a discriminação, passou a pagar uma dívida histórica pendente desde a abolição da escravatura, quando os escravos foram libertados, mas lançados à margem da sociedade, sem espaço no mercado formal de trabalho”, avalia Maria Júlia Nogueira, Secretária de Combate ao Racismo da CUT. Porém, mesmo diminuindo, as desigualdades ainda persistem: os negros recebem 50% a menos que os não-negros na região metropolitana de São Paulo, segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e da Fundação Seade. As taxas de desemprego também são maiores para negros em comparação às pessoas de outras raças (17,6% contra 13,3%) e nas empresas brasileiras, pouco mais de 3% dos cargos de chefia são ocupados por negros, segundo o Ibope e o Instituto Ethos. Diante disso, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial pela Câmara dos Deputados, em setembro deste ano, representa um grande avanço. Após quase uma década de luta, o projeto que ainda passará pelo Senado aponta mudanças significativas nas áreas de educação, saúde e trabalho. Por muitos anos, Zumbi não existiu nos livros dedicados a contar a história do Brasil. Nascido livre em Palmares, Alagoas, no ano de 1655, foi escravizado aos seis anos e entregue a um missionário português. Aos 15, fugiu e voltou a viver no Quilombo dos Palmares, onde liderou a resistência às tropas portuguesas. Em 1964, após um ataque dos bandeirantes ao quilombo, conseguiu fugir, mas foi traído por um antigo companheiro que o entregou. Ele morreu assassinado no dia 20 de novembro de 1965, aos 40 anos de idade. Graças à mobilização dos movimentos sociais, essa data se tornou símbolo da luta e resistência de todos aqueles que lutam por justiça e igualdade. Mais de 700 municípios comemoram o Dia da Consciência Negra. Em grande parte deles, será feriado ou ponto facultativo na data que homenageia Zumbi dos Palmares, um dos líderes do Quilombo dos Palmares, o mais conhecido núcleo de resistência negra à escravidão no país. A decretação de feriado no dia 20 de novembro, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser feita a critério de cada município. O governo federal vai promover amanhã uma série de atividades para lembrar o Dia da Consciência Negra. O evento principal vai ocorrer em Salvador, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar 30 decretos para a titulação de terras de comunidades quilombolas situadas em 14 estados. Também será lançado na solenidade o Selo Quilombola, marca que será atribuída aos produtos artesanais desenvolvidos por comunidades remanescentes de quilombos de todo o país, com o objetivo de agregar identidade cultural e valor econômico a essa produção.



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