Desmatamento na Amazônia bate recorde em outubro
No acumulado de janeiro a outubro, o Instituto responsável pelo mapeamento da área mostra que este é o pior índice em 10 anos
Enquanto o governo Bolsonaro mente ao dizer que a floresta amazônica está intacta, outubro foi mais um mês marcado pelo recorde de desmatamento. Segundo o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), foram derrubados 803 quilômetros quadrados de floresta somente no mês passado, o equivalente às áreas somadas de Belo Horizonte e de Porto Alegre.
No acumulado de janeiro a outubro, o Instituto responsável pelo mapeamento da área mostra que este é o pior índice em 10 anos. Foram desmatados 9.742 quilômetros quadrados, o que corresponde a mais de seis vezes a cidade de São Paulo.
No ano passado, quando a devastação já havia batido a maior marca desde 2012, o desmatamento acumulado na Amazônia foi 33% menor do que neste ano. A Imazon avalia os dados com preocupação, já que compromete ainda mais a credibilidade do país no mundo, pelo Brasil ter assumido compromissos de reduções de emissões e de desmatamento, com riscos de sanções econômicas.
Após o vexame mundial da presença de Bolsonaro na COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), o mundo toma ciência que os patamares de perda de floresta seguem elevadíssimos. O cenário atual construído pelo governo que entrega a biodiversidade que compõe a Amazônia para as madeireiras e o agronegócio, está bem distante do necessário para atingir as metas reafirmadas pelo Brasil.