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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

CUT apresenta proposta para aumento do mínimo

Central Única dos Trabalhadores (CUT) acaba de apresentar uma proposta revolucionária, que promete distribuir renda e garantir aumento real para o salário mínimo até 2012. Trata-se do “imposto da solidariedade”, uma taxação sobre as grandes fortunas do Brasil. Pela proposta, as famílias com patrimônio acima de R$ 2,4 milhões pagariam uma taxa única de 1,5% sobre esta fortuna. O dinheiro arrecadado iria para um fundo, administrado pelo governo federal e destinado exclusivamente para financiar o aumento real do salário mínimo. Segundo o presidente da CUT, João Felício, hoje existem cerca de 300 mil famílias no Brasil com patrimônio igual ou superior a R$ 2,4 milhões. Pelas contas da CUT, o dinheiro arrecadado daria para garantir a reposição da inflação e mais um aumento real de 8,9% no salário mínimo até 2012. “Com este imposto, dobraríamos o salário mínimo em alguns anos e realizaríamos até 2012 o grande sonho da CUT, que é alcançar o salário mínimo do Dieese”, afirmou Felício. A proposta da CUT foi o principal resultado da reunião da Direção Nacional, encerrada agora há pouco. Felício apresentou a proposta em coletiva para a imprensa. “Depois de dois dias de debates, chegamos à conclusão de que não podemos ficar refém deste debate que acontece todos os anos sobre o salário mínimo, muitas vezes discutido de forma demagógica. Esta é uma proposta concreta e o fundo viabiliza a aplicação do aumento real e acabaria com aquele discurso cansativo de que um aumento maior para o mínimo quebraria a Previdência, as prefeituras”, detalhou. O próximo passo, segundo Felício, será a apresentação da proposta para o governo e para o Congresso Nacional até o final de setembro. “Em seguida, vamos fazer uma pressão imensa para ver este projeto de lei aprovado até o início do ano que vem. Estes deputados que pedem tanta ética na política não vão se furtar em aprovar. E estas 300 mil famílias que possuem este patrimônio enorme? Que argumentos terão para se recusar a pagar este tributo, que é de uma única vez e não anual como gostaríamos? A elite não tem pedido tanta ética? Por que não vai querer ajudar o Brasil a distribuir renda?”, questionou um Felício irônico. O presidente da CUT ressaltou que uma parcela significativa dos trabalhadores tem seus vencimentos baseados no salário mínimo. Destacou também que, paradoxalmente, estas famílias mais ricas são as que menos pagam impostos no Brasil. “Por isto somos o país de maior concentração de renda do mundo”, frisou. Campanha unificada – A criação deste fundo para garantir o aumento real do salário mínimo vai ser a principal bandeira da CUT para este segundo semestre. Para isto, Felício quer ver todas as categorias unidas em busca deste objetivo. “Principalmente as categorias com data-base neste semestre. Precisamos investir na campanha salarial unificada para garantir este objetivo”, disse. Felício provocou os bancários e ressaltou que como - uma das categorias mais fortes da CUT - têm a obrigação de somar força com os demais trabalhadores. “Pelo segundo ano consecutivo conseguimos garantir aumento real pela grande maioria dos sindicatos. Assim, chegamos hoje a 86% das categorias com ganhos acima da inflação neste período”, afirmou. Segundo ele, com o poder de fogo dos bancários, metalúrgicos e petroleiros fica mais fácil lutar por aumento real para as outras categorias. “E no fim do ano, pretendemos fazer uma imensa marcha à Brasília para lutar pelas nossas propostas. Também defenderemos a diminuição das horas-extras e a redução da jornada de trabalho para gerar mais empregos”, finalizou.



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