Contraf denuncia ABN Real por descumprir normas internacionais
A Contraf-CUT participará nesta quarta-feira, dia 19, juntamente com a Secretaria de Relações Internacionais da CUT, da primeira reunião do Ponto de Contato Nacional (PCN-Brasil), órgão interministerial coordenado pela Fazenda que fiscaliza o cumprimento de diretrizes e convenções de organismos internacionais. O secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques, e o coordenador da comissão dos empregados do ABN Real, Marcelo Gonçalves, representarão a entidade. A reunião será na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília. Na ocasião, diversas denúncias serão entregues pelos representantes dos trabalhadores. Em relação ao setor financeiro, a Contraf informará as violações cometidas também pela filial do Unibanco no Uruguai, o Interbanco, a pedido de sindicalistas daquele país. Além disso, será entregue uma carta endereçada ao coordenado do PCN-Brasil, Pedro Florêncio, alertando o órgão para o descumprimento das Diretrizes da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) para a atuação de empresas multinacionais por parte do ABN Real. A direção do banco não respondeu a pedidos de negociação feitos por entidades de representação dos trabalhadores para discutir formas de evitar demissões e outros impactos negativos para os funcionários por conta da possível venda do banco. Bola da vez Diversas instituições financeiras internacionais, entre elas os bancos Barclays e Santander, manifestaram interesse em comprar o ABN-Amro, num negócio que pode atingir a casa de US$ 80 bilhões. As notícias causaram preocupação em trabalhadores do mundo todo. Reestruturações, sinônimo para corte de funcionários, são comuns após esse tipo de negócio. Por conta disso, está prevista para o próximo dia 26, data da reunião de acionistas do banco, uma Jornada de Luta pela manutenção dos empregos. Deverá haver nos 53 países onde existem filiais do ABN. No Brasil, dois pedidos feitos por entidades de representação dos trabalhadores, um deles de Contraf-CUT, para discutir essa situação foram ignorados pela direção do banco. Aparentemente, a direção do ABN Real não admite qualquer responsabilidade sobre a vida de seus 30 mil funcionários no Brasil, além de cerca de 90 mil dependentes.