Contraf-Cut divulga pesquisa sobre Assédio Moral
Os bancários conheceram nesta quarta-feira todos os dados da pesquisa sobre o “Assédio Moral no Trabalho: Impactos sobre a Saúde dos Bancários e sua Relação com Gênero e Raça”, divulgada pela Contraf-CUT em Brasília. Segundo a pesquisa, cerca de 40% dos bancários admitem que já sofreram assédio moral no trabalho. O problema tem refletido na saúde dos empregados. Os resultados revelam que 60,72% dos entrevistados se dizem nervosos, tensos ou preocupados e sofrem com o cansaço, a tristeza, insônia e dores de cabeça. A pesquisa foi realizada com uma amostra de 2.609 bancários de 25 estados. O estudo foi promovido pelos sindicatos em todo país e coordenado pelo Sindicato de Pernambuco em parceria com o Fundo pela Igualdade de Gênero (FIG) da Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional (CIDA). “Esta pesquisa reafirma um problema que o movimento sindical bancário vem denunciando há muito tempo. E mostra os impactos do assédio moral na saúde dos trabalhadores”, afirma Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT. Segundo o dirigente, com os dados do estudo em mãos, os bancários querem colocar o assédio moral na pauta da Campanha Nacional da categoria. “Nosso objetivo é arrancar, em mesa de negociação, o compromisso das direções dos bancos de combater o assédio moral”, explica. Apesar de o assédio moral atingir quase a metade da categoria, o medo e o silêncio ainda tomam conta do trabalhador. Segundo a pesquisa, apenas 5,2% dos bancários que sofreram o assédio falaram sobre o assunto com alguém. Desses, a maioria (34,65%) busca apoio na família, enquanto 14,83% falam com amigos, 10,89% comentam com um colega de banco e somente 6,52% procuram o sindicato. O estudo apontou ainda alguns fatores que podem resultar no assédio moral, como o excesso de trabalho, reclamado por 19,66%, e a pressão da chefia (12,73% afirma que o chefe prejudica a sua saúde, 10,35% diz que o gestor dá instruções confusas e imprecisas e 9,51% reclama que o chefe pede trabalhos urgentes sem nenhuma necessidade). A pesquisa revelou também as principais formas com que os bancários sofrem o assédio moral: chefe não lhe cumprimenta e nem fala mais com o subordinado; chefe atribui erros imaginários; chefe bloqueia o andamento dos trabalhos; manda cartas de advertência protocoladas; impõe horários injustificados; o chefe ignora a presença do bancário na frente dos outros; fala mal do funcionário em público; manda executar tarefas sem interesse; circula maldades e calúnias; transferência de setor para isolar o bancário; proíbe os colegas de falar ou almoçar com o empregado e até força o trabalhador a pedir demissão. Os bancários entrevistados ainda apontaram alguns fatores que favorece o assédio moral. Para 70,97% dos entrevistados falta pessoal no banco. A sobrecarga excessiva de trabalho foi reclamada por 54,66%. A extrapolação da jornada foi apontada por 27,36%. Outra questão é competição entre as pessoas (34,09%).