Comando Nacional dos Bancários apresenta pesquisa sobre efeitos da Covid-19 para Fenaban
O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, na tarde de ontem (8/02), com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para apresentar a "Avaliação longitudinal do Impacto do SARS-CoV2 no sistema nervoso em bancários". A pesquisa foi coordenada pelas professoras doutoras Clarissa Yassuda e Márcia Bandini, que participaram da reunião.
"O encontro foi importante para esclarecermos aos bancos o quanto a categoria foi e continua sendo afetada pela doença, e que todos os cuidados e proteção à saúde da categoria precisam ser intensificados. Tratar a Covid-19 neste momento como uma pandemia em declínio, inclusive convocando todos os bancários para o trabalho presencial, é um erro. Os bancos também precisam auxiliar no tratamento daqueles que se encontram com sequelas", disse o presidente do Sindicato, Márcio dos Anjos, que integra o Comando Nacional e participou da reunião com a Fenaban.
A doutora Márcia Bandini revelou que prefere utilizar a palavra "efeitos prolongados" ao invés de "sequelas desta doença", completando: "Aparentemente, os efeitos da Covid-19 são temporários. A gente sabe que nossos colegas de trabalho ou familiares que foram contaminados não são os mesmos. A gente sempre soube, também, que a Covid-19 provoca efeitos logo após a passagem da doença. Alguns deles descobrimos que passam no curto prazo, outros não."
Para a professora doutora Clarissa Yasuda, participar de uma reunião como a de ontem foi uma experiência diferente e inovadora. "Participo com muita satisfação, por transformar os dados que a gente coleta em algo que seja útil para os trabalhadores e para toda a sociedade."
Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), afirmou que além de apresentar o corte para a categoria bancária da pesquisa, o encontro também serviu para reforçar as reivindicações da categoria com relação aos protocolos de segurança sanitária, que garantem a saúde e a vida da categoria, apresentadas nas reuniões realizadas dias 18 e 31 de janeiro. "O que nós queremos é que os trabalhadores sejam atendidos, assistidos, cuidados, para que depois não vire afastamento, com efeitos piores, e, posteriormente, demissões. Nós queremos continuar com este debate na mesa e também fazer uma discussão banco a banco."
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, afirmou que entender a situação é peça-chave para a proteção dos bancários. "Essa pesquisa tem mostrado uma necessidade séria de ter um cuidado especial com o pós-covid. A doença impacta a saúde e a vida profissional. Tem colega voltando sem plenas condições para os trabalhos. Precisamos nos debruçar sobre esta situação, com informações sérias, dados concretos, pesquisas cientificas, para aprofundar este tema e definir algumas medidas que resolvam o problema. Nós temos responsabilidade na representação dos colegas e os bancos têm responsabilidades com a saúde e a vida dos seus trabalhadores."
Carnaval
O Comando Nacional dos Bancários cobrou ainda a decisão da Febraban sobre os dias do Carnaval. Para os representantes dos trabalhadores, o feriado deve ser mantido. "Trata-se de uma época que, mesmo com os grandes eventos proibidos, é tradição o relaxamento da população, que busca se divertir e confraternizar, o que aumenta o risco de contágio pelo coronavírus. Não tem sentido expor os bancários e demais pessoas nas agências bancárias", pontua Márcio dos Anjos.
A Fenaban informou que não haverá atendimento ao público nas agências na segunda e na terça-feira (28 de fevereiro e 1º de março). Na quarta-feira de cinzas (2), o atendimento começa às 12h, com fechamento no horário normal. Nas localidades em que os fechamentos são antecipados, desde o início da pandemia, será garantido o mínimo de três horas de atendimento.