Brasil têm a segunda luz mais cara do mundo. MS a terceira mais cara do país

A Energisa MS tem a 3ª energia mais cara do país e mesmo com lucros bilionários reajustou as contas dos consumidores em 18,16% no último sábado
Para o consumidor, todo mês é um susto diferente quando a conta de luz chega. Os tributos e subsídios custam mensalmente aos brasileiros cerca de R$ 12 bilhões, de acordo com a Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia). Nos últimos quatros anos, houve aumento de 47% no valor dessas taxas e encargos.
Hoje, o custo da energia no Brasil, em relação à renda per capita, é o segundo maior do mundo. Perde apenas para a Colômbia, entre 33 países pesquisados. No orçamento familiar, o custo com energia pesa mais para os brasileiros do que para as pessoas que vivem em economias com renda mais alta, a exemplo dos Estados Unidos e Canadá, e até mesmo para consumidores que moram em países emergentes, como Chile e Turquia.
Se for contabilizado todo o ano de 2022, os impostos e subsídios chegarão a R$ 144,9 bilhões, o correspondente a todo o orçamento do ministério da Educação neste ano, estimado em R$ 137,2 bilhões.
Privatização
O que já é ruim pode piorar. Isso porque o governo Bolsonaro insiste na privatização da Eletrobras, maior empresa brasileira de geração e distribuição de energia. Se a venda for concretizada, além de agravar a crise energética do país, pode provocar um tarifaço de aproximadamente 25% nas contas de luz, segundo especialistas.
Mato Grosso do Sul é o exemplo da privatização
Em Mato Grosso do Sul, com a privatizada Energisa, os consumidores nem vão sentir o gostinho da redução na conta de luz com o fim da cobrança extra das tais bandeiras amarela e vermelha válido a partir deste sábado (16).
Segundo reportagem do Jornal Midiamax, o fim da cobrança extra da bandeira tarifária da escassez hídrica - que passa a ser bandeira verde - deveria dar 'alívio' de 20% na conta de luz, porém, a medida passará quase que batida para os sul-mato-grossenses atendidos pela Energisa. Isso porque a concessionária conseguiu aplicar reajuste de 18,16%.
Energisa MS tem 3ª energia mais cara do país
Para os consumidores de baixa tensão, como residenciais, o impacto será de 17,93%. Para consumidores de alta tensão (indústria) o efeito é de 18,81% e para o consumidor rural o maior impacto: 25%. Os novos valores entraram em vigor neste sábado, 16 de abril, junto da vigência da bandeira verde (que não traz adicional à tarifa). A base da tarifa até agora custava R$ 69,00 a cada 100 kWh consumido de baixa tensão. Agora, com o reajuste, será de R$ 81,20 a cada 100 kWh, chegando ao terceiro lugar no ranking da energia mais cara do país.
Energisa pede reajuste, mas tem lucro bilionário
Apesar do alto percentual que pressiona ainda mais o custo de vida do sul-mato-grossense, a realidade financeira da Energisa é bem diferente. Conforme reportagem também do Jornal Midiamax, a empresa goza de boa saúde financeira e fechou o ano de 2021 com lucro líquido de R$ 3,1 bilhões.