Brasil debate comunicação pela 1º vez na história
Após mais de dois anos de luta dos movimentos sociais, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação(Confecom)teve início em Brasília com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e cerca de duas mil e quinhentas pessoas, entre delegados/as, observadores/as e convidados/as do governo, dos movimentos sociais e de empresas do ramo da comunicação. A Conferência tem como tema "Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital" e acontece até quinta-feira (17), no auditório Ulysses Guimarães. Um dos momentos mais esperados da noite foi participação do presidente Lula, que conclamou a todos e a todas a se unirem por objetivos comuns - a transmissão da verdade na informação, o exercício do bom jornalismo, a democracia nos meios - e desafiou a todos a encontrarem respostas para os desafios da era digital e das novas tecnologias. "As respostas estão aqui neste plenário, em sua diversidade e pluralidade", disse. "Nas 27 unidades da Federação tivemos a realização das Conferências municipais e estaduais e todas elas foram marcadas pelo diálogo e pela convivência democrática", disse Lula. O presidente lamentou o fato de algumas entidades da área de comunicação terem ficado de fora da Conferência. "Infelizamente alguns se negaram a participar deste processo democrático temendo sei lá o quê, mas cada um é dono de suas decisões e sabe aonde aperta o calo". Lula também falou sobre a atual legislação para o sistema de comunicação, que data de 1962, e demonstrou preocupação com a falta de atualização numa era de convergência de mídias. "Estamos numa época onde todas fronteiras da mídia estão sendo disseminadas. A nossa legislação é antiga e não responde às demandas que temos hoje. Portanto, ou encaramos essa realidade da convergência ou sofreremos consequências caóticas. O país precisa travar este debate. Este será um grande desafio não só do governo, mas dos empresários, dos trabalhadores, dos movimentos sociais, dos leitores e dos internautas. Precisamos resgatar os acertos do passado e, principalmente, consertar os nossos erros, para que o futuro venha, e tenho certeza, de que parte deste futuro saíra do documento que será construído nesta conferência."