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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Bancos lucram 20 vezes mais que reajuste dos bancários

Qualquer estudo sobre o sistema financeiro nacional, feito por qualquer ângulo, mostra sempre a mesma coisa: a ganância dos banqueiros não tem limites. O mais recente, feito pelo movimento sindical bancário, mostra que nos últimos 12 anos os bancos ampliaram seus lucros nada menos que vinte vezes mais que os reajustes concedidos para os bancários. Isto mesmo, vinte vezes mais! De 1994 para cá, a lucratividade dos bancos aumentou 1.589,41%. No mesmo período, a despesa com pessoal (que incluem salários, benefícios, participação nos lucros e resultados) cresceu 78,37%. Pior: a inflação medida pelo ICV do Dieese nesses anos foi de 167,50%. Ou seja, as despesas dos bancos com os bancários, em 12 anos, aumentaram menos da metade da inflação. “Essa é a verdadeira responsabilidade social dos bancos! Que toda empresa capitalista visa o lucro, não é novidade e não há problemas nisso. Mas quando os banqueiros engordam seus bolsos em detrimento de toda uma sociedade, aí o país precisa reagir”, diz Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT). O sindicalista afirma que os bancários são os primeiros a sentir a ganância dos banqueiros, já que trabalham diretamente com eles. “A responsabilidade social começa em casa, mas os banqueiros não mexem num centavo dos seus polpudos lucros para melhorar a qualidade de vida dos seus empregados. Só nos últimos anos temos conseguido aumento acima da inflação e ainda assim com muita luta e greve. São vergonhosos os números dessa pesquisa”, comentou Vagner. Outro número que chama a atenção na pesquisa: de 1994 a 2005, a receita dos bancos com a prestação de serviços (as famigeradas tarifas) cresceu 722,94%. No mesmo período, a variação do número de trabalhadores também assusta. Em 1994 havia mais de 570 mil bancários no país, hoje não chegam a 400 mil. Se voltarmos um pouco mais, no início da década de 90, o número de trabalhadores do setor financeiro passava de 800 mil. Cada bancário, em 1993, era responsável por 67 contas-correntes. Em 2004, esse número já era de 184 por trabalhador. “Os dados mostram que os bancos cobram cada vez mais taxas e prestam um serviço cada vez pior”, concluiu Vagner.



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