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16 de Setembro de 2010 às 23:59

Bancos continuam sem propostas. negociações seguem nesta quinta

Os bancos não apresentaram propostas para as reivindicações de aumento real de salário, valorização dos pisos e plano de carreira, cargos e salários, que foram defendidas pelo Comando Nacional dos Bancários nesta quarta-feira 15, na quarta rodada de negociações da Campanha 2010. Mesmo conhecendo as reivindicações há mais de um mês, os negociadores da Fenaban disseram que ainda precisam de mais um tempo para discutir as demandas com os bancos, antes de apresentar uma proposta. As negociações sobre remuneração prosseguem nesta quinta-feira 16, a partir das 10h. Estarão centradas na PLR, vale-refeição, cesta-alimentação, auxílio creche/babá, auxílio-educação, previdência complementar para todos os bancários, 14º salário e adicional de risco de vida, entre outros temas. Reajuste de 11% O Comando Nacional defendeu na mesa de negociação a reivindicação de reajuste salarial de 11%, o que garante a inflação do período mais aumento real. Os representantes dos bancários argumentaram que as empresas financeiras podem atender com folga essa demanda, diante do forte crescimento da economia (que deve ultrapassar 7% este ano) e da fantástica lucratividade dos bancos. Apenas os cinco maiores (BB, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander) tiveram lucro líquido de R$ 21,3 bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 32% em relação ao lucro do mesmo período do ano passado. Praticamente a cada dois anos, os bancos dobram de tamanho - um ganho sem paralelo no mundo. Os bancos repetiram o que o diretor de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Magnus Apostólico, já havia antecipado em entrevista ao jornal O Globo no último sábado, dia 11, quando declarou que "11% de aumento é inviável". Para ele, essa proposta não tem viabilidade diante de uma inflação sob controle. Os representantes dos bancários retrucaram que não se trata apenas de uma questão de índices inflacionários, mas sim de dividir com os trabalhadores os ganhos de produtividade. Piso igual ao mínimo do Dieese O Comando Nacional também insistiu na necessidade de valorização e de criação de novos pisos salariais para a categoria, que passariam a ter os seguintes valores: . R$ 1.510 para portaria . R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese) . R$ 2.913 para caixas . R$ 3.641 para primeiro comissionado e . R$ 4.855 para primeiro gerente "Mostramos aos bancos que o piso de R$ 1.074 pago hoje é muito baixo e absolutamente incompatível para um sistema financeiro tão lucrativo, porque não cobre as necessidades básicas do trabalhador, que tem família, tem que pagar faculdade e ainda se vestir à altura das exigências das empresas", diz Carlos Cordeiro. Mas os representantes da Fenaban alegaram que o piso não é baixo. PCCS em todos os bancos A existência de um plano de carreira, cargos e salários permite ao trabalhador planejar a sua ascensão profissional, conhecendo os critérios objetivos e as competências que os cargos exigem. Esse é um tema de extrema importância para a categoria hoje, sobretudo nos bancos privados, diante da ausência de regras claras e transparentes para as promoções e a valorização dos trabalhadores. Foi a primeira vez que o assunto foi discutido em profundidade em uma negociação com a Fenaban. Os bancos não querem incluir uma cláusula sobre PCCS na Convenção Coletiva, alegando que a política de gestão de competências e resultados varia de banco a banco. No entanto, aceitaram proposta de realização de um seminário com participação de especialistas indicados pelos dois lados, para aprofundar a discussão sobre os modelos de administração por competência. Negociações continuam nesta quinta Os demais temas sobre remuneração da pauta de reivindicações serão discutidos nesta quinta-feira. Entre elas, estão: - PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos. - Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá. - Previdência complementar em todos os bancos. - 14° salário. - Adicional de risco de vida de 30% para agências, postos e tesouraria. Fonte: Contraf-CUT



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