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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Bancários do BB no Paraguai mantêm a greve

(São Paulo) Terminou sem avanços as negociações entre os bancários do Paraguai e o Banco do Brasil, realizadas nesta quarta, 21, com a mediação do Ministério da Justiça e Trabalho do país vizinho. Sem consenso na reunião tripartite, os funcionários mantiveram a greve geral, prevista para começar na quarta-feira, dia 28. Depois de quase dois anos de negociações, o BB não melhorou a sua proposta e ainda apelou para que os bancários não entrem em greve, “compreendendo a difícil situação do Banco do Brasil no Paraguai”. “Esta situação é realmente lamentável. Só nos últimos três anos, o salário mínimo no Paraguai subiu 36% (12% por ano) e o Banco nos oferece 5% depois de oito anos sem reajuste e de forte arrocho”, comentou o secretário-geral do Sindicato dos Empregados do Banco do Brasil do Paraguai, Osmar Marecos. Durante a reunião tripartite, os representantes dos bancários reafirmaram suas denúncias sobre a falta de vontade do BB em avançar nas negociações e a violação aberta dos direitos dos trabalhadores, impressos na Constituição Federal. “Mostramos que durante todo o processo tivemos disposição para negociar e fechar um acordo em consenso com o banco. Inclusive, nossa reivindicação inicial era de 30% de reajuste e abrimos mão da metade do nosso pleito, colocando uma contraproposta na mesa de 15% de aumento. Ainda aceitamos parcelar os 15%, sendo 7% retroativo a janeiro, 5% em julho e os outros 3% em dezembro, para facilitar um acordo. Mas os administradores do banco disseram que só têm autorização de oferecer os 5%”, explicou Marecos. Os representantes dos bancários também denunciaram, durante a reunião, que administradores do banco estão coagindo os funcionários para não aderirem à greve, um direito dos trabalhadores assegurado pela Constituição paraguaia. A greve A greve dos bancários do Banco do Brasil no Paraguai foi aprovada em assembléia realizada na semana passada por mais de 95% dos participantes. O movimento paredista vai atingir os trabalhadores da Casa Matriz do BB, em Assunção, e os empregados das agências da capital e de Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil. Segundo estudos realizados pelo Sindicato, desde 1998 até agora os bancários do BB no Paraguai acumulam perdas em seus salários que chegam a 70%. A greve já ganhou a imprensa paraguaia, que tem dado destaque aos reclames dos bancários nos últimos dias. No sábado passado, o jornal Última Hora, um dos maiores do Paraguai, publicou uma notícia na qual destaca o empenho da Contraf-CUT para solucionar o problema dos bancários do país vizinho. “No Brasil, o sindicato nacional tem dado apoio e solidariedade a esta filial nacional. Os brasileiros notificaram seus pares locais, que tomaram as medidas necessárias para que as autoridades do banco revisem sua postura”, assinala trecho da reportagem. “Os bancários do Brasil sempre foram parceiros e nos ajudaram. Este é um momento decisivo para nós e é importante que nossa luta tenha eco aí. Queremos que os companheiros do Brasil vejam como se comporta o BB fora do seu país, ou seja, não oferece as mínimas condições de ter um emprego digno”, comentou Osmar Marecos. “Estamos solidários aos colegas do país vizinho, que sofrem com o BB, o maior banco brasileiro. Se lutamos contra a exploração dos bancários no Brasil, não podemos deixar que uma empresa pública do nosso país utilize métodos que combatemos aqui contra os bancários do Paraguai. Esta luta também é nossa”, destacou Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT. Fonte: Contraf-CUT



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