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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Bancários do ABN dão passo inicial rumo a acordo marco

Pela primeira vez, representantes sindicais do ABN Amro do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai reuniram-se com a direção do banco para debater formas de estreitar o diálogo rumo à efetivação de um “acordo marco”, que valha em todos os países e garanta os direitos dos trabalhadores. O encontro internacional ocorreu nesta quarta-feira, na matriz do banco, em São Paulo, sob a organização da Coordenadora Sindical do Cone Sul (CCSCS) e da UNI América Finanças. Na abertura, o presidente do banco, Fábio Barbosa, expôs as preocupações da empresa, as quais, segundo ele, não são apenas de mercado, mas também humanas e sociais, chegando a classificar os funcionários como principal ativo da instituição. Vagner Freitas, presidente da Uni América Finanças, destacou a importância de assegurar direitos e conquistas para os trabalhadores de multinacionais e transnacionais lotados em diferentes nações frente ao avanço da globalização. A coordenadora dos funcionários do ABN Real, no Brasil, Deise Recoaro, ao instalar os trabalhos, lembrou a importância da organização nos locais de trabalho, ressaltando a intenção das entidades sindicais de promover sua atuação da “porta para dentro do banco”, o que, no seu parecer, requisitará maior qualificação dos dirigentes sindicais. Na seqüência, houve apresentações sobre a estrutura organizacional do ABN e da atual organização sindical feitas, respectivamente, pela diretora de RH do banco, Lílian Guimarães, e pelo dirigente sindical Ricardo Jacques. Lílian Guimarães abordou as metas de crescimento da instituição, sua colocação no mercado e as políticas de valorização da diversidade. Segundo ela, o banco privilegia não apenas a diversidade humana, mas também de idéias. “Temos a diversidade como estratégia, como diferencial nos negócios e como fator de enriquecimento da sociedade”. Ricardo Jacques, por sua vez, fez exposição sobre a organização sindical desde o âmbito global até o funcionamento das entidades em nível regional. Também relatou a evolução dos debates entre os representantes sindicais bancários sobre a importância de buscar acordos globais para empresas com atuação em diferentes nações, com respeito aos princípios básicos como liberdade sindical, livre negociação, promoção da igualdade de oportunidades e de erradicação do trabalho escravo e infantil, dentre outros. “O debate evolui desde o início da década culminando, em 2005, com a realização da reunião conjunta de redes sindicais de bancos internacionais (Santander, BBVA, ABN e HSBC)”. Segundo o dirigente, nesse período, os debates focaram, principalmente, a deslocalização do trabalho (imposição aos trabalhares para mudarem de países) e o processo de terceirização da mão-de-obra. “Nossa principal preocupação é manter direitos e conquistas, independentemente das diferenças culturais e legislativas. Esse é um processo evolutivo já com negociações em curso no Banco do Brasil e perspectivas de iniciar o debate no Itaú, além dos bancos internacionais”, antecipa Ricardo Jacques ao destacar a importância do presente encontro com o ABN. “Esperamos concretizar aqui regras de convivência capazes de solucionar problemas do dia-a-dia do bancário”. O diretor de Relações Sindicais do ABN Real, Jerônimo Anjos, confirmou a receptividade do banco em relação à proposta e revelou a existência de política na instituição de promoção de treinamentos aos gestores no sentido de buscar relação saudável com o movimento sindical. “A construção de normas de conduta depende de como se relaciona o banco e o movimento sindical. Então, vamos estreitar os laços e construir juntos esse diálogo”.



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

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