Bancarios definem indice de reajuste para 2009
Para oficializar o início da campanha salarial deste ano, 640 delegados sindicais se reuniram na 11ª Conferência Nacional dos Bancários, entre os dias 17 e 19 de julho, em São Paulo, onde definiram e unificaram a pauta de reivindicações da campanha salarial nacional deste ano, a ser negociada com banqueiros e o governo. Nas discussões, os trabalhadores destacaram a preocupação com uma aposentadoria digna, por meio da Previdência complementar, evolução profissional por tempo de serviço do bancário, bem como a garantia do emprego. Segundo o Dieese, os bancos fecharam 1.354 postos de trabalho somente no primeiro trimestre do ano no Brasil. Em relação à remuneração, o aumento real nos salários foi destaque, principalmente entre os funcionários de bancos públicos. Os trabalhadores das empresas privadas focaram a necessidade de uma maior PLR (Participação nos Lucros e Resultados). No sábado, os delegados debateram sobre as conjunturas política, com o ministro Luiz Dulci, e econômica, com o diretor do Dieese Sérgio Mendonça, aprovaram o Regimento Interno da 11ª Conferência, realizaram plenária geral e assistiram à apresentação dos resultados do Mapa da Diversidade e da pesquisa nacional sobre a campanha, feita na base de cada sindicato. O domingo foi marcado pela aprovação da pauta unificada de reivindicações, momento mais importante do evento. Foram realizados encontros temáticos, nos quais foram discutidas estratégias e eixos da campanha, plano e calendário de lutas. Aumento real de salário Confirmando a vontade manifestada pela maioria dos bancários nas consultas feitas pelos sindicatos em todo o Brasil e pela pesquisa encomendada pelo Comando Nacional, os delegados que participaram da Conferência Nacional aprovaram reivindicar o índice de reajuste de 10%, o que pelas projeções da inflação para setembro significa aumento real de mais de 5%. O mesmo índice de reajuste deve ser aplicado nas demais verbas salariais (como vale-alimentação e refeição). PLR maior e contratação da remuneração total A reivindicação definida após os debates da conferência e que será levada aos banqueiros é o pagamento de três salários mais R$ 3.850 a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Essa é uma das alternativas de distribuição da PLR que o Comando Nacional havia apresentado na semana passada à Fenaban, nas conversações já iniciadas visando a mudança na fórmula de pagamento, de maneira a torná-la mais justa e transparente. Os representantes dos bancários que participaram da 11ª Conferência Nacional também aprovaram a proposta de contratação total da remuneração da categoria, incluída a parte variável. Valorização dos pisos Os bancários querem a valorização dos salários de ingresso na categoria, com o piso salarial de escriturário baseado no salário mínimo do Dieese, de R$ 2.047. O piso de portaria seria de R$ 1.432,90 e o de caixa R$2.763,45. Para o primeiro comissionado, a reivindicação é de R$ 3.477,88 e para o primeiro gerente R$ 4.605,73. Plano de Carreira A Conferência manteve a proposta de criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) para todos os bancos, com o acompanhamento dos sindicatos - que já estava na pauta de reivindicações do ano passado. A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos. A proposta de PCS determina, ainda, que os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função, o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente. Preservação do emprego Novas contratações, fim das terceirizações, garantia de emprego inclusive durante os processos de fusão, luta pela ratificação da Convenção 158 da OIT que proíbe dispensas imotivadas, acabar com as demissões por justa causa em função de endividamento, respeito à jornada de trabalho. Essas foram algumas das prioridades definidas pelos trabalhadores para garantir o emprego dos bancários. Os delegados bancários também definiram reivindicar a ampliação do auxílio-educação para todos e a licença-maternidade de seis meses.