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22 de Setembro de 2010 às 23:59

Bancários de Dourados paralisaram agência do BB nesta quarta e exigem proposta decente da Fenaban

O Sindicato dos Bancários de Dourados e Região depois de ter cumprido o calendário do Dia Nacional de Luta, que aconteceu com grande intensidade ontem, 21/9, em todo o país, repetiu a dose nesta manhã de terça-feira, 22/9, desta feita retardando a abertura da agência do Banco do Brasil da Av. Marcelino Pires em Dourados. A manifestação a exemplo da acontecida ontem na agência do Real Santander, contou com carro de som e panfletagem com carta aberta a população esclarecendo e informando sobre a campanha salarial e a eminente greve a partir da semana que vem caso não haja uma proposta descente por parte da Fenaban na negociação que acontece hoje em São Paulo. A concentração do Sindicato em frente à agência aconteceu desde às 7:30 horas, onde os diretores aproveitaram o momento para dialogar com a sociedade e com os bancários que ficaram do lado de fora do banco até o encerramento da manifestação. A abertura da agência foi retardada em 1 hora e os caixas eletrônicos não funcionaram desde o início da atividade. O Sindicato de Dourados e Região está na luta com manifestações nas agências desde o dia 23 de agosto, quando do lançamento oficial da Campanha nacional em Dourados, abrindo um importante canal de diálogo com a categoria e a população, também interessada em melhorias no sistema financeiro. Caso não haja avanços nas negociações e proposta descente na rodada de negociação desta quarta-feira, 22/9, o caminho será a greve por tempo indeterminado que deverá ser deliberada em assembléia geral da categoria no dia 28 de setembro com proposta de paralisação a partir do dia 29. ACOMPANHE ABAIXO O ANDAMENTO DAS NEGOCIAÇÕES: O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban concluíram na quinta-feira, 16 de setembro, a quarta rodada de negociações da Campanha 2010, sem que os bancos apresentassem qualquer proposta para as principais reivindicações dos trabalhadores: reajuste de 11%, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), valorização dos pisos salariais, elevação dos auxílios refeição/alimentação e creche/babá, combate às metas abusivas, fim do assédio moral, plano de carreiras, cargos e salários em todos os bancos, proteção ao emprego, mais contratações, auxílio-educação e segurança contra assaltos. A próxima rodada de negociação será realizada amanhã, 22 de setembro, quando os bancos apresentarão uma proposta global para a categoria. O Comando Nacional já decidiu orientar os sindicatos a realizarem assembléias no dia 28 para discutir e deliberar sobre a proposta que vier a ser apresentada pela Fenaban. Em caso de rejeição da proposta, a categoria poderá deflagrar greve a partir do dia 29 por tempo indeterminado. "Essa postura intransigente das empresas está empurrando os bancários para a greve", adverte Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "O descaso dos bancos na mesa de negociações ocorre no momento em que a economia brasileira passa pela maior fase de crescimento das últimas décadas e as instituições financeiras batem novos recordes de lucratividade", destaca. Os seis maiores bancos que operam no país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) apresentaram R$ 21,7 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre do ano, resultado quase 32% superior ao do mesmo período de 2009 e uma rentabilidade média sobre o patrimônio líquido de 25%. "Isso significa que os bancos quase dobram de tamanho a cada três anos, o que é uma rentabilidade que não tem paralelo no mundo, e mesmo assim eles se recusam a atender as reivindicações legítimas de seus trabalhadores", critica Carlos Cordeiro. Remuneração A reunião desta quinta-feira fechou a quarta rodada de negociação, sobre o tema remuneração, que começou na quarta-feira 15, quando o Comando Nacional reafirmou as reivindicações de reajuste salarial de 11%, valorização dos pisos salariais e plano de carreiras, cargos e salários (PCCS). Nesta quinta-feira, as negociações com a Fenaban giraram em torno da PLR, dos auxílios-refeição e educação, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche/babá, previdência complementar e 14º salário. PLR O Comando Nacional defendeu a reivindicação de três salários mais R$ 4 mil fixos de participação nos lucros e resultados. Os bancos disseram que não querem mexer na fórmula atual, que prevê a regra básica e uma parcela adicional, e apenas corrigir os valores. "Discordamos dessa avaliação dos bancos, porque os lucros crescem tanto que a regra atual já não nos contempla. Queremos que a PLR acompanhe a evolução dos lucros dos bancos e por isso defendemos que seja de três salários mais os R$ 4 mil fixos", argumenta o presidente da Contraf-CUT. Auxílio-refeição e cesta-alimentação O Comando Nacional também insistiu nas reivindicações de elevação para um salário mínimo (R$ 510) os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação e da 13ª cesta-alimentação, salientando que as verbas atuais são muito pequenas e insuficientes. Os representantes da Fenaban, no entanto, rejeitaram as demandas dos bancários e adiantaram que o reajuste desses auxílios acompanhará o mesmo índice de reajuste dos salários. Auxílio-creche/babá Em relação ao auxílio-creche/babá, os bancos não apenas rejeitam a reivindicação de elevação do valor para um salário mínimo (R$ 510), como querem reduzir a concessão dessa conquista dos atuais 6 anos e 11 meses para 5 anos e 11 meses, alegando que a lei de ensino fundamental reduziu a idade de ingresso escolar para 6 anos. O Comando Nacional defendeu a manutenção da período atual e reforçou a necessidade de aumentar o auxílio creche/babá, cujo valor atual não garante o pagamento da creche e o salário de uma babá. Auxílio-educação Apesar da exigência cada vez maior de formação superior dos bancários, os representantes dos banqueiros se negaram a atender essa reivindicação, já conquistada em alguns bancos. Eles disseram que essa demanda deve ser tratada banco a banco. Intransigentes, eles ainda se recusaram a incluir uma cláusula sobre auxílio-educação na Convenção Coletiva para que essa demanda possa ser negociada banco a banco. Previdência complementar O Comando Nacional defendeu a criação de planos de previdência complementar em todos os bancos, como forma de garantir uma renda para os bancários na aposentadoria. Mas a Fenaban se recusou a discutir a proposta, preferindo remeter o tema para a negociação empresa a empresa. 14º salário O Comando Nacional propôs a concessão de um 14º salário, como forma de melhorar a remuneração dos bancários, diante da evolução dos lucros dos bancos. Mas a Fenaban negou a reivindicação. Calendário de negociação e mobilização O Comando Nacional definiu um calendário, que combina negociação e mobilização, visando intensificar as atividades dos sindicatos e construir a unidade, a luta e a vitória dos bancários de bancos públicos e privados. "É fundamental a participação de todos os trabalhadores para conquistar avanços econômicos e sociais. Outro banco é preciso, com as pessoas em primeiro lugar", convoca Carlos Cordeiro. Terça - dia 21 - dia nacional de luta Quarta - dia 22 - negociação com a Fenaban Quinta - dia 23 - indicativo de negociações com os bancos públicos Terça - dia 28 - assembléias em todos os sindicatos Quarta - dia 29 - indicativo de greve, em caso de rejeição das propostas



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