O Sindicato dos Bancários de Brasília realizou nesta quinta-feira 22 manifestações em agências do Itaú Personalité, em protesto contra demissões. O Sindicato ainda distribuiu notas a clientes e bancários informando sobre a falta de investimentos das instituições financeiras em segurança. De janeiro a março, foram demitidos pelo Itaú quinze bancários no Distrito Federal e entorno. As demissões atingiram principalmente os trabalhadores do BankBoston, adquirido pelo Itaú em maio de 2006. Na época, o Itaú assumiu o compromisso de não demitir nenhum trabalhador do Boston. Foi denunciado ao Sindicato que, entre os demitidos, estão colegas com problemas de saúde. De acordo com a denúncia, a clínica médica contratada pelo Itaú para realizar os exames demissionais está sendo irresponsável e antiética, não diagnosticando corretamente os bancários demitidos, muitos deles com problemas psicológicos e doenças do trabalho (LER/Dort). Há casos também de bancários que foram dispensados após retornarem da licença-saúde. No último dia 15, em negociação com os sindicatos, os diretores de Recursos Humanos do BankBoston, Marco Aurélio, e do Itaú, Fernando Perez, garantiram que não ocorrerão mais demissões no banco. “O Sindicato está atento aos reais motivos dos desligamentos e adverte que tomará as providências necessárias caso sejam detectadas irregularidades”, lembra o diretor do Sindicato Edmilson Lacerda. Em 2006, o Itaú registrou lucro recorde de R$ 6,480 bilhões, valor que representa uma expansão de 23,4% sobre 2005 (R$ 5,251 bilhões). Com o desempenho, o banco garantiu uma rentabilidade de 34,1% sobre o patrimônio líquido médio. “Mesmo com o lucro recorde e as altas tarifas cobradas dos clientes, o Itaú adota uma política predatória do emprego de centenas de bancários, o que, a curto prazo, vai prejudicar o atendimento nas agências, que já é precário”, afirma a diretora do Sindicato Louraci Morais.