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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Bancários cobram de Lula mudança no Banco do Brasil

A Contraf-CUT e oito federações filiadas enviaram ao presidente Lula uma carta aberta cobrando mudanças na condução do Banco do Brasil. Segundo o documento, nos quatro anos do primeiro mandato de Lula, o banco “não ajudou o governo na política de redução das altas taxas de juros praticadas pelo sistema financeiro nacional; as operações de crédito não foram incrementadas como deveriam; aplicou no desenvolvimento regional sustentado e nos arranjos produtivos locais somente o mínimo necessário para constar de seus balanços sociais; perdeu a oportunidade de atuar em programas prioritários como biodiesel e etanol; não acompanhou nem apoiou as empresas brasileiras em seu processo de internacionalização; extinguiu a área de apoio às cooperativas; foi quase nula sua participação no apoio às micro e pequenas empresas. Os bancários explicam que tudo isto acontece “porque o poder decisório do banco continua o mesmo de governos anteriores. A atual direção age como se o banco ainda vestisse outras plumagens”. E cobram: “É hora de mudar e trocar a cúpula conservadora por outra que aposte no desenvolvimento econômico e na justiça social. O banco não pode ficar assistindo o Brasil crescer sem dar a sua contribuição. O governo não pode desperdiçar o poder fenomenal do Banco do Brasil na indução do crescimento”. Confira a íntegra da carta abaixo. Carta aberta ao Presidente Lula Senhor Presidente, Se consultar os dirigentes do Banco do Brasil, o senhor ouvirá que tudo está muito bem, que o balanço do banco é robusto, que a empresa avançou nisso e naquilo, que aumentou operações de crédito e muito mais, para mostrar que a atual gestão é um exemplo de alinhamento às políticas do governo. Mas, se o senhor tivesse a oportunidade de ouvir funcionários comuns do banco, conheceria avaliações muito diferentes daquelas da direção da empresa. Como isso não será possível, resolvemos expressar por meio desta carta o pensamento daqueles que não têm a oportunidade de falar diretamente ao Presidente da República. Funcionários espalhados por todo o país, esperançosos por mudanças efetivas, observam que, nos primeiros quatro anos de seu governo, o Banco do Brasil desperdiçou a oportunidade de se transformar em forte indutor do crescimento econômico e executor das políticas governamentais, para reduzir as desigualdades sociais e regionais. E observam também que o banco só agiu e se alinhou a programas de governo, tais como o Pronaf e o crédito consignado, quando seus dirigentes foram cobrados de forma direta e pública pelo Presidente da República. Nestes quatro anos, a direção da empresa não tomou a iniciativa de criar programas ou linhas de crédito que o fizessem merecer o nome de empresa pública. A direção do banco preferiu centrar suas atividades na venda produtos de seguridade e arrecadar tarifas bancárias, em vez de investir em novas linhas de crédito e no financiamento às atividades produtivas. O banco aumentou muito pouco suas linhas de crédito à agricultura familiar; não ajudou o governo na política de redução das altas taxas de juros praticadas pelo sistema financeiro nacional; as operações de crédito não foram incrementadas como deveriam; aplicou no desenvolvimento regional sustentado e nos arranjos produtivos locais somente o mínimo necessário para constar de seus balanços sociais; perdeu a oportunidade de atuar em programas prioritários como biodiesel e etanol; não acompanhou nem apoiou as empresas brasileiras em seu processo de internacionalização; extinguiu a área de apoio às cooperativas; foi quase nula sua participação no apoio às micro e pequenas empresas. Quando resolveu investir no Banco Popular e no microcrédito, foi um fiasco. Como a alta cúpula não encara o tema como prioridade, não conseguiu fazer deslanchar este que poderia ser um programa fantástico de inserção de legiões de brasileiros na economia produtiva. Tudo isto acontece, Presidente Lula, porque o poder decisório do banco continua o mesmo de governos anteriores. A atual direção age como se o banco ainda vestisse outras plumagens. É hora de mudar e trocar a cúpula conservadora por outra que aposte no desenvolvimento econômico e na justiça social. O banco não pode ficar assistindo o Brasil crescer sem dar a sua contribuição. O governo não pode desperdiçar o poder fenomenal do Banco do Brasil na indução do crescimento. É isso que esperam os funcionários, a sociedade e as entidades representativas que, durante anos a fio, lutaram para construir um país justo e igualitário. CONTRAF - Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro FEEB SP/MS - Federação dos Empregados Estabelecimentos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul FEEB RJ e ES - Federação dos Empregados Estabelecimentos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo FETEC NE - Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Nordeste FETEC PR - Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná FETEC SP - Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo FETEC Centro-Norte – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte FETEC Santa Catarina – Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de Santa Catatrina FETRAF MG - Federação dos trabalhadores no Ramo Financeiro de Minas Gerais



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