Assédio sexual: denúncias disparam no governo Bolsonaro
Denúncias aumentaram nos últimos três anos não levam em conta as estatais, como a Caixa de Pedro Guimarães
As denúncias de assédio sexual durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) cresceram 65,1% em 2021, com um número recorde de 251 denúncias, de acordo com dados da Controladoria-Geral da União (CGU) dos últimos sete anos.
Em 2022 as coisas ficam ainda piores. O ano teve a média de um caso por dia, o dobro do ano anterior.
Ou seja, nos três anos de Bolsonaro, as denúncias de assédio sexual registradas no governo federal deram um salto, passando de 155, em 2019, para 251, em 2021. Neste ano, somente no primeiro semestre, os casos somaram 214.
As denúncias são registradas nas ouvidorias federais da administração federal e compiladas por auditores da CGU em um sistema que monitora cada procedimento aberto. Os canais de contatos para as vítimas vão desde ministérios a órgãos subsidiários, como universidades federais.
Estatais de fora
Neste número, no entanto, não aparecem os dados de estatais, como o Caixa, de Pedro Guimarães, ou da Petrobras. Os nomes envolvidos no caso são preservados sob sigilo para proteger as vítimas.
O Palácio do Planalto foi procurado pelo Globo para explicar os números, mas preferiu não se manifestar e disse que a resposta ficaria a cargo da CGU — que, por sua vez, não respondeu até o fechamento desta reportagem.
# Pedro Guimarães também teria assediado mulher no Santander
De acordo com a CGU, do total de denúncia, 31 foram feitas por funcionários da pasta da Justiça e Segurança Pública, 23 no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, 18 no ministério da Educação e a ouvidoria da Presidência da República também recebeu denúncias de assédio sexual: quatro no total. A CGU informa ainda que 12,5% dos casos foram arquivados por falta de elementos mínimos para se abrir uma apuração.