17/01/2006 Na primeira entrevista coletiva após sua eleição, para jornalistas chilenos, Michelle Bachelet definiu ontem a relação com os demais países da América do Sul como prioridade da política externa de seu futuro governo no Chile. - Temos de desenvolver uma política exterior que nos permita chegar aos melhores acordos, os melhores avanços com os países vizinhos, pois os desafios que temos em comum são muitos. Com boas políticas de integração e cooperação, mas sempre levando em conta o bem-estar e os interesses dos chilenos, vamos levar adiante as relações com nossos vizinhos e seus presidentes democraticamente eleitos - afirmou. Mais tarde, em uma coletiva para a imprensa estrangeira, defendeu a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) em um "nível básico", uma postura que contraria o defendido por países do Mercosul e Venezuela na última Cúpula das Américas, em novembro. Nessa mesma entrevista, disse sentir "grande afeto pelo presidente Lula e pelo Brasil" e espera ter boas relações com o país. Primeira mulher a governar o Chile, Michelle também recebeu em sua casa, em Santiago, o presidente Ricardo Lagos para um café da manhã. De acordo com jornalistas chilenos, o presidente convidou Bachelet a acompanhá-lo na viagem que fará a La Paz para a posse do presidente da Bolívia, Evo Morales, no domingo. Michelle esquivou-se de confirmar o convite. Na verdade, não projeto nenhuma viagem até a posse. Só a partir de agora vou começar a planejar tudo o que deverei fazer - disse ela. Em resposta a um repórter chileno, Michelle, que é separada, assegurou que se encarregará das atribuições normalmente destinadas às primeiras-damas. Mais uma vez, demonstrou irritação com as perguntas sobre sua vida pessoal: Eu ficaria encantada em saber se você faria uma pergunta semelhante se o presidente eleito fosse um homem. Fonte: Diario Catarinense Ronaldo F. Ramos (SEEB Dourados)