Agora vigilantes param em Porto Alegre e fecham 60% das agências
Crédito: Seeb Porto Alegre
Trabalhadores cobram aumento real e adicional de risco de vida
Os vigilantes de Porto Alegre estão em greve. O movimento foi deflagrado na quinta-feira (22). Pelo menos 100 agências da capital gaúcha não abriram ao público no primeiro dia.
O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre apoia as reivindicações da categoria e participou de uma manifestação, quando os vigilantes caminharam do centro da cidade até o sindicato patronal, localizado na avenida Getúlio Vargas.
Na frente do prédio, os vigilantes cobravam o atendimento da pauta de reivindicações. Eles querem reajuste salarial de 15%, mas o sindicato patronal oferece 7,8%. Também reivindicam vale-refeição de R$ 15 e adicional de risco de vida de 25%.
No segundo dia de greve, nesta sexta-feira (23), o movimento já atingiu cerca de 60% das agências da cidade. Unidades do Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal estão com os serviços paralisados, com atendimento apenas nos caixas eletrônicos.
Os vigilantes fizeram uma concentração no Largo Glênio Peres. Em seguida, caminharam até a Praça da Alfândega, onde montaram um piquete de greve. Antes, os trabalhadores circularam pelas agências situadas na área central, buscando adesão à greve dos colegas que ainda não ingressaram no movimento.
"Nossa luta é contra o patrão e pelas nossas reivindicações", destacou Juarez Medeiros, do Comando de Greve. Na Praça da Alfândega, o SindBancários e a Fetarfi-RS manifestaram apoio ao movimento.
"Abrir agências sem o contingente mínimo de vigilantes é uma irresponsabilidade dos gerentes e dos bancos. Vamos pedir uma audiência com a Polícia Federal para que a ela verifique os bancos que estão abrindo e descumprindo a legislação. Somente com mobilização é que vocês sairão vitoriosos", afirmou o presidente do SindBancários, Mauro Salles.
Ele citava a Lei 7.102/83, que regulamenta a segurança no sistema financeiro. Ela define a "presença de vigilantes" para o funcionamento de uma agência, por isso os gestores não devam abrir a sua unidade sem o mínimo de dois vigilantes.
"A Federação dos Bancários está aqui para manifestar sua solidariedade aos vigilantes. A luta de vocês também é nossa. Há muitos anos que os bancários cobram mais investimentos na área de segurança. Queremos profissionais bem remunerados e treinados, pois são vocês que nos protegem dentro dos bancos", disse o diretor de Saúde da Fetrafi-RS, Jubelei Baes Bacelo.
"Quando os bancos não cumprem a lei, estão expondo a vida dos bancários, clientes e vigilantes. Contem conosco, vocês têm nosso apoio até a vitória", acrescentou o diretor.
Reunião com Polícia Federal
Mesmo com número reduzido ou até sem a presença de vigilantes, os bancos estão abrindo suas agências, desrespeitando a lei 7.102/83 e colocando em risco a vida de clientes, usuários e bancários. Diante da situação, o SindBancários e a Fetrafi-RS se reúnem com o superintendente da Polícia Federal no RS, Rosalvo Ferreira Franco, para pedir que o órgão fiscalize as unidades. O encontro ocorre nesta segunda-feira (26), a partir das 10h.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb Porto Alegre